ATA DA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
20-6-2011.
Aos vinte dias do mês de junho do ano de dois mil e
onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto, João Carlos
Nedel, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sofia Cavedon, Toni Proença e
Waldir Canal. Constatada
a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu
Brasinha, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna,
Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Ismael Heinen, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio,
Luiz Braz, Mario Manfro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Tarciso
Flecha Negra. À
MESA, foram encaminhados: pelo vereador Dr. Raul Torelly, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 056/11 (Processo nº 1796/11); pelo vereador Elias Vidal, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 087/11 (Processo nº 2270/11); e pelo vereador
Idenir Cecchim, os Projetos de Lei do Legislativo nos 067 e 068/11
(Processos nos 1941 e 1942/11, respectivamente). Após, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no dia
de hoje: nº 021/11, de autoria do vereador Beto Moesch, na Sessão Solene de
posse dos novos dirigentes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região eleitos
para o biênio dois mil e onze a dois mil e treze, às quinze horas, no Plenário
desse Tribunal, em Porto Alegre; e nº 050/11, de autoria do vereador Engenheiro
Comassetto, no Seminário Estadual de Saneamento – SESAN –, às nove horas, no
Teatro Dante Barone do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 574, 704, 859, 1213, 1310, 2981, 6555, 8815
e 14884/11, Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada
a existência de quorum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo vereador Carlos Todeschini, solicitando alteração na ordem dos trabalhos,
iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Alto
Comissariado da ONU para Refugiados – ACNUR -, nos termos do Requerimento nº
021/11 (Processo nº 1370/11), de autoria do vereador Carlos Todeschini.
Compuseram a Mesa: a vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o oficial de proteção Gabriel Godoy, representando o ACNUR; o
promotor de justiça Francesco Conti, representando o Ministério Público do Estado
do Rio Grande do Sul; e a defensora pública federal Fernanda Hahn. Também, foram
registradas as presenças, neste Plenário, das senhoras Laura Zacher e Lisiane
Píffero Camargo, da Defensoria Pública da União, e do senhor Carlos Augusto Velazquez,
do Diretório Acadêmico do Colégio Anchieta. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se o
vereador Carlos Todeschini e a vereadora Fernanda Melchionna, esta em tempo
cedido pelo vereador Pedro Ruas. Em prosseguimento, a senhora Presidenta
concedeu a palavra ao senhor Gabriel Godoy, que discorreu sobre o trabalho
realizado pelo ACNUR e agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo.
Após o pronunciamento do senhor Gabriel Godoy, foi realizada apresentação de
audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Na ocasião, a senhora
Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e da ex-aluna Karen
Batista, do professor Valdy José de Godoi Júnior e das professoras Márcia Terra,
Valéria Guerizoli e Julia Harue Kinoshita, da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, que comparecem à Câmara Municipal
de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido
pelo Memorial desta Casa. Às quinze horas e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e três minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
vereadores Nelcir Tessaro, em tempo cedido pelo vereador Mauro Zacher, DJ Cassiá,
em tempo cedido pelo vereador Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Ismael
Heinen. Na oportunidade, por solicitação dos vereadores Paulinho Rubem Berta e
Engenheiro Comassetto, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma,
respectivamente, ao senhor Moacir Gutierres de Souza, falecido no dia dezesseis
de junho do corrente, e à senhora Cleci Alvarenga, falecida no dia de ontem. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, em tempo cedido
pelo vereador Aldacir José Oliboni, e Alceu Brasinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador Elói Guimarães. Às
dezesseis horas e onze minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador
Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 001/11 (Processo nº 2287/11) e foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Dr. Thiago Duarte, solicitando que essa Emenda fosse
dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foram apregoadas
as Emendas nos 04 e 05, de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder
da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 017/11 (Processo nº
1450/11) e foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando
que essas Emendas fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 001/11 (Processo nº 2287/11), após ser discutido
pelos vereadores Adeli Sell e Pedro Ruas e encaminhado à votação pela vereadora
Fernanda Melchionna e pelos vereadores Luiz Braz e Dr. Raul Torelly. Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
001/11. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/11. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 019/11
(Processo nº 2220/11). Às dezesseis horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões
Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e cinquenta e nove minutos,
constatada a existência de quórum. Às dezesseis horas e cinquenta e nove minutos, a
senhora Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Dr. Thiago Duarte. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª
Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nos 022 e 023/11.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Idenir Cecchim,
Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib e Ismael Heinen. Durante a Sessão, os
vereadores Aldacir José Oliboni, Dr. Thiago Duarte e Airto Ferronato
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e vinte e sete
minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora
Sofia Cavedon e pelo vereador DJ Cassiá e secretariados pelo vereador Toni
Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Srª Presidente, hoje temos o período de Comunicações destinado a
homenagear o ACNUR, que é o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados. Solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, fazer esta homenagem logo no início da Sessão.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Toni Proença): (Procede à
leitura das proposições apresentadas à Mesa.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver.
Toni Proença. Conforme votamos há pouco, invertemos a ordem dos trabalhos.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a homenagear o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
- ACNUR -, nos termos do Requerimento nº 021/11, de autoria do Ver. Carlos
Todeschini, Processo nº 1370/11.
Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Gabriel Godoy, Oficial de Proteção,
representante do ACNUR; o Sr. Francesco Conti, Promotor de Justiça,
representante do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, e a Srª
Fernanda Hahn, Defensora Pública Federal.
Prestigiam esta solenidade representantes da Defensoria Pública da
União: Laura Zacher e Lisiane Píffero Camargo; também o Sr. Carlos Augusto
Velazquez, representante do Diretório Acadêmico do Colégio Anchieta. Sejam
bem-vindos.
O Ver. Carlos Todeschini, proponente desta homenagem, está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero hoje iniciar, Srª Presidente, minha exposição explicando a
todos que o Estatuto dos Refugiados, aprovado pela Convenção de Genebra em
1951, estabelece que refugiado é alguém que, temendo ser perseguido por motivos
de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política, se encontra
fora do país de sua nacionalidade. Hoje, reunidos aqui, no plenário da Câmara,
além de lembrarmos da passagem do Dia Mundial do Refugiado, temos que, neste
ano, também registrar a passagem do 60º aniversário da Convenção da ONU sobre o
Estatuto do Refugiado, dos 50 anos da Convenção da ONU sobre Redução da
Apatridia e dos 150 anos de nascimento do explorador norueguês Fridtjof Nansen,
o primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações, entidade que
antecedeu a própria Organização das Nações Unidas.
Destinar este período
de Comunicações ao ACNUR é despertar a atenção da população e do Poder Público para a necessidade de termos políticas que
estabeleçam formas de acolher os refugiados. Em Porto Alegre, em especial, foi
criado, em 2002, o Comitê para Refugiados, que deve zelar pelo acolhimento de
refugiados e de pessoas perseguidas pelo pensamento, pela discriminação
religiosa, étnica, cultural e de origem - com a participação coordenada dos
órgãos estatais e de organizações não governamentais, identificando áreas de
cooperação e de determinação de responsabilidades.
O compromisso de um
Estado com a proteção internacional dos refugiados se exerce e se manifesta em
vários âmbitos; em primeiro lugar, ao ratificar os instrumentos internacionais
sobre refugiados. Posteriormente, ao desenvolver em sua normativa interna todos
os aspectos relativos à proteção internacional dos refugiados. No caso
brasileiro, em que pesem as grandes carências e privações, é necessário
garantir ao refugiado o acesso às políticas públicas de saúde e educação em
igualdade de condições com brasileiros. Da mesma forma, existe o direito ao
trabalho.
No estágio atual,
para que os refugiados possam alcançar um patamar mínimo de dignidade em
relação à sua situação econômica - incluindo auxílio financeiro bem como a
formação e educação continuada -, o apoio do ACNUR e da sociedade civil têm
sido fundamentais.
O Brasil tem
condições de fazer com que a integração local de refugiados seja duradoura.
Considerando que a maioria dos refugiados vive nas cidades, a eficácia da
integração local solidária depende, em grande medida, dos poderes locais, de um
maior envolvimento da sociedade civil e das universidades, além do setor
privado. Considerando que um dos grandes desafios é a integração local no meio
urbano, a interlocução intergovernamental entre a União, os Estados e o Município
deve gerar sustentabilidade e eficácia interna, fazendo com que o
reassentamento e a integração local sejam opções duradouras para aqueles que
recebem proteção do Estado. O maior envolvimento depende de mais coordenação
por parte da sociedade civil, incluindo a Rede Solidária de Proteção a
Migrantes e Refugiados, instituições de ensino e o setor privado, que podem
incorporar o tema dos refugiados em suas políticas de responsabilidade social.
É por isso, Srª
Presidente, que queremos homenagear, neste dia, o ACNUR, porque ele tem feito
um trabalho extraordinário, monumental, em todos os países do mundo. Parabéns e
vida longa ao ACNUR. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Pedro Ruas.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon, agradeço-lhe a gentileza de informar as
inscrições e quero, muito rapidamente, cumprimentar o Sr. Gabriel Godoy, representando
o ACNUR; a Srª Fernanda, o Sr. Francesco, saudando a iniciativa do Ver. Carlos
Todeschini pela homenagem.
Quero falar sobre
dois aspectos que hoje, na esfera mundial, certamente chamam a atenção de todos
nós e são uma luta em defesa dos direitos humanos e dos direitos dos
refugiados.
Primeiro, as
revoluções que ocorrem no mundo árabe. Nós vimos o anseio de milhões, a começar
na Tunísia, em que a crise econômica, combinada com uma ditadura de quase 20
anos, no caso da Tunísia, do Ben Ali, fez com que dois jovens se autoimolassem
como forma de protesto às condições de vida: o pão aumentou quase 200%; o
desemprego tomou conta dos jovens naquele país. E nós vimos a vitória de uma
revolução democrática, do direito à voz, do direito ao voto, ainda que, em
outros casos, sobretudo na Líbia, seja grande a quantidade de pessoas que estão
se refugiando, numa verdadeira guerra civil promovida ainda pelo seu ditador
Kadaf em função de não aceitar as reivindicações democráticas, como por armar
uma tropa de mercenários, enfim, do exército, para reprimir violentamente a
população da Líbia. Estamos vendo na Síria, neste momento, a violência por que
o povo sírio tem passado e a tentativa de milhares se refugiarem, inclusive com
a proibição, por alguns países da Europa, da entrada de emigrantes que tentam
sobreviver em meio a uma verdadeira guerra civil; a violência por que passam os
manifestantes no Bahrein, no Yemen. Então, são questões que, de fato, nos
preocupam.
Ao mesmo tempo, o
clamor por liberdade e por democracia ganhou na Tunísia e no Egito. Não podemos
nos esquecer de um país da importância do Egito, onde, por 18 dias, a Praça
Tahrir virou o símbolo da resistência da juventude, que clama por liberdade,
que clama pelo fim da crise econômica, que clama por emprego, que clama por
direitos e conquistou a saída de Mubarack, Presidente há 30 anos. Infelizmente,
em outros países do Oriente Médio, a contrarrevolução e a violência têm tomado
conta, como foi o caso da Líbia, nos últimos dias.
A segunda preocupação
que me chama à tribuna e que acho importante ressaltar são os refugiados
climáticos. Casualmente, eu e o Ver. Carlos Todeschini estivemos em Copenhague,
na Conferência do Clima, e, dentre os vários debates de que participamos,
várias mobilizações, várias audiências promovidas pelos movimentos sociais, um
dos temas era a questão dos refugiados climáticos. Segundo as Organizações Não
Governamentais, hoje se chega a quase 20 milhões de pessoas que foram obrigadas
a deixar suas casas, a deixar seus países, a deixar suas cidades, por conta das
alterações do clima - pelo aumento da temperatura da cidade, pelo aumento do
nível do mar, enfim - e, sobretudo, pela falta de acesso à água potável, um bem
sem o qual é impossível sobreviver, um bem fundamental para a vida, fundamental
para qualquer possibilidade de vida digna, de condições humanas de existência
da população, o que tem assolado milhões de pessoas pelo mundo. E justamente as
pessoas que estão sendo atingidas pelas alterações do clima são as que vivem
nos países mais pobres e que encontram muita resistência na sua entrada em
países da Europa; sobretudo alguns governos, que nós poderíamos nominar,
tomaram uma série de medidas anti-imigração, como é o caso da França, como é o
caso da Itália, em alguns aspectos, medidas no sentido de afirmar a xenofobia e
não garantir o direito daqueles países que, por muitos anos, foram explorados e
que estão sendo atingidos ou pelas mudanças do clima, ou pelas consequências da
crise econômica. Eu queria ressaltar que esses países do Oriente Médio têm,
sobretudo, relações econômicas com os países europeus, e, durante muito tempo,
países como a Tunísia, como o Egito, mantiveram relações prioritárias com os
Estados Unidos ou com países representantes do imperialismo europeu. E, lamentavelmente,
logo esses países que, durante muito tempo, foram assolados pelos países
centrais do mundo, são os que precisam, neste momento, de políticas de defesa
dos seus refugiados e de defesa da democracia, da liberdade, dos direitos
humanos, do direito à vida, do direito ao voto, dos direitos básicos que nós
defendemos.
Eu queria saudar a
homenagem proposta pelo Ver. Carlos Todeschini e agregar alguns aspectos da
política internacional hoje, o que me parece fundamental, já que este é um
Parlamento que discute vários temas que têm a ver com o futuro do mundo, do
planeta, dos países e dos refugiados.
Saúdo, de novo, o
trabalho do Gabriel, a presença do Dr. Francesco e da Drª Fernanda, e digo que contem conosco na luta em defesa dos refugiados. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. Gabriel
Godoy, representando o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados,
ACNUR, está com a palavra.
O SR. GABRIEL GODOY: Ilma Srª
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Para nós, do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados, esta homenagem nos deixa humildes e nos
honra, porque hoje, 20 de junho, é o dia que celebramos, em todo o mundo, o Dia
Mundial do Refugiado.
Este que parece ser um tema esquecido, pouco comentado na nossa imprensa, às vezes pouco discutido pela própria sociedade, deve ser revisto, deve ser repensado. Precisamos levar em conta o que tem acontecido com milhares de seres humanos que têm passado por um momento de silenciosa negação de direitos. É por isso que, no dia de hoje, o ACNUR, em todo o mundo, lança um relatório com as tendências globais do deslocamento forçado no mundo e chama a atenção para algumas mensagens que eu queria compartilhar com os senhores e senhoras aqui.
O primeiro ponto que
chama atenção no Relatório das Tendências Globais é que a grande maioria dos
refugiados e das refugiadas, no mundo, não está sendo abrigada nos países
ricos, nos países industrializados. Oitenta por cento dos refugiados no mundo,
hoje, vivem nos países pobres, nos países em desenvolvimento, que acolhem com
uma mão solidária as vítimas de perseguição que ainda hoje têm sofrido com as
guerras e por outros motivos que os fazem abandonar suas casas para buscar outro
lugar para reconstruir as suas vidas.
Outra tendência muito
importante e que o ACNUR chegou à conclusão é que nunca foi tão difícil
encontrar a solução duradoura mais sonhada pelos refugiados e pelas refugiadas,
que é voltar para a sua morada. A repatriação voluntária não foi possível, em
muitos casos, até dezembro de 2010. Foi o ano com o melhor número de
repatriações voluntárias da história, e o ACNUR quer chamar a atenção da
comunidade internacional e dos países para a construção dos caminhos que permitam
uma solução pacífica para as pessoas que foram obrigadas a viver o drama do
refúgio. O ACNUR se dá conta que hoje, em 2011, mais de 43 milhões de pessoas
foram forçadas a se deslocar; deste número, mais de 25,5 milhões estão sob o
mandato do ACNUR. Ao total de população de interesse do ACNUR, somam-se não
somente os refugiados, as refugiadas e, muitas vezes, os deslocados internos e
também a população dos apátridas, aqueles que não são considerados nacionais de
lugar nenhum. Os apátridas, se estima que hoje somam quase 12 milhões de
pessoas, e o ACNUR também gostaria de chamar a atenção para que os países tomem
medidas de facilitação da aquisição de nacionalidade, medidas de proteção para
os apátridas, que, infelizmente, não podem contar com a proteção de nenhum
outro Estado.
Aqui, no Brasil, Srª
Presidente, nós não temos um número tão grande de refugiados; o Brasil tem hoje
4.401 refugiados reconhecidos pelo Governo brasileiro. Parece um número
pequeno, mas é importante frisar a mensagem do nosso Alto Comissário, Sr.
Antônio Guterres, quando diz que só um refugiado sem esperança já seria demais.
É por isso que, para nós, do escritório do ACNUR, este é um momento muito
importante. Nós queremos aqui chamar a atenção para este momento histórico
particular que vivemos, em que nós comemoramos, como antecipou o Ver.
Todeschini, o 60º aniversário da Convenção da ONU para Refugiados e nos lembrar
que, quando essa Convenção foi adotada, ela foi adotada no marco de uma reação
da comunidade internacional aos horrores da Segunda Guerra Mundial, um momento
que mais de dois milhões de europeus haviam sido vítimas daquela terrível
guerra. Sessenta anos depois, nós vemos que, infelizmente, esse número não
diminuiu; esse número se multiplicou demais. Hoje em dia, existem mais de 15,5
milhões refugiados no mundo; isso faz com que nós pensemos por que existem
tantos refugiados.
Eu gostaria de chamar
a atenção para a importância de se resolverem os conflitos prolongados que têm
evitado que os refugiados possam voltar para as suas casas, e aproveito este
momento para iluminar os gestos de solidariedade como o gesto do Governo
brasileiro, que vem aceitando que os refugiados venham ao seu território para
reconstruírem as suas vidas. Este precisa ser um momento em que nós devemos
voltar a buscar maneiras de responder com solidariedade e perspectivas de
direitos, para que essas pessoas que chegam ao nosso território sejam, de fato,
consideradas estrangeiros, estrangeiras em situação regular no País e que
tenham, portanto, acesso aos mesmos direitos civis dos brasileiros e das
brasileiras.
É por isso que eu
gostaria de louvar também o trabalho dos cidadãos deste Município, das cidadãs
desta Cidade que têm tido um gesto de acolhida com essas pessoas que vêm buscar
uma alternativa no Brasil. É para nós muito relevante o trabalho das senhoras e
dos senhores, mas também da sociedade civil organizada, em especial da
Associação Antônio Vieira, aqui representada pela Srª Karin Wapechowski,
Coordenadora do Projeto de Reassentamento Solidário, e sua equipe, a quem saúdo
com muito afeto e parabenizo por esse brilhante trabalho de proteção às
refugiadas e aos refugiados assentados aqui no Estado.
O Rio Grande do Sul
tem sido a morada não apenas de colombianos e de colombianas que têm fugido do
enfrentamento entre grupos armados irregulares e o exército, mas também de
pessoas de outros continentes - do Afeganistão, do Iraque -, mostrando que
Porto Alegre também é e pode continuar sendo uma cidade solidária.
Agradeço, Srª
Presidente, esta homenagem e quero dizer que continuem contando com o
Escritório do ACNUR para os trabalhos de proteção aos refugiados e refugiadas
na cidade de Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul.
Gostaria também de
aproveitar a oportunidade para compartilhar com vocês um vídeo institucional
que mostra um pouco do trabalho conjunto feito entre ACNUR, Governo e sociedade
civil em prol da integração local dessas pessoas que foram vítimas de conflitos
e que hoje têm a possibilidade de dizer que encontraram um novo lugar para
chamar de lar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(Procede-se à
apresentação de vídeo.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem.
Quero registrar a presença da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor
Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, com 34 alunos da 8ª Série, acompanhados
pelos professores Valdy José de Godoi Júnior, Márcia Terra, Valéria Guerizoli e
Julia Harue Kinoshita, e pela ex-aluna da escola, Karen Batista. Esse é o
projeto do Memorial. Sejam bem-vindos.
Vocês conseguiram
captar que estamos terminando um momento da Sessão em que homenageamos o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Nesse vídeo, vimos pessoas
que têm que sair dos seus países por conflitos raciais, religiosos, violências,
guerras. Há uma organização mundial que apoia a reconstrução de vidas, a
acolhida e a proteção em outros países, e nós estamos com o representante do
Brasil aqui conosco.
Também apareceu no
vídeo que, aqui no Rio Grande do Sul, quem faz essa intermediação é a Associação
Padre Antônio Vieira, que é a mantenedora do Colégio Anchieta, da Unisinos e de
outras 23 instituições educacionais. Então, é um orgulho para o nosso Estado
estar envolvido positivamente nessa solidariedade entre os povos.
Quero encerrar este
momento, Ver. Todeschini, agradecendo o encaminhamento da homenagem, dizendo
que os direitos humanos ultrapassam fronteiras; não serão as fronteiras que vão
dizer que não temos nada a ver com os problemas de qualquer cidadão do mundo.
Que bom que essa solidariedade entre os povos aconteça, que o Brasil seja
proativo nisso.
Quero agradecer e
parabenizar, Gabriel, todos os que se envolvem nesse tema, porque só nesse
processo internacional de solidariedade é que vamos evoluir sobre a face da
Terra mais rapidamente para um mundo que proteja as pessoas, os direitos
humanos com um mundo mais solidário. Agradeço a presença de todos. Suspendo os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h02min.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h03min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.
O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos assiste, aproveito a
oportunidade, neste período de Comunicações, Ver. Cecchim - que conhece bem
este assunto -, para explicar um pouco do meu Projeto, que solicita isenção
para as famílias da Vila Dique, que estão sendo transferidas. Solicitei a
urgência na tramitação - art. 81 -, tendo em vista que já passou também pela
CCJ, e quero explicar, para deixar bem claro aos colegas Vereadores e ao
público que nos assiste: eu não sou a favor de o Executivo - federal, estadual
ou municipal - entregar de graça habitações para as famílias que as buscam,
justamente, lá no Departamento Municipal de Habitação.
Eu quero me lembrar
de que, quando ingressei no Departamento Municipal de Habitação, em 2005, a
nossa arrecadação mensal era de R$ 83 mil dos programas habitacionais, todos
eles do Município. Fizemos uma grande campanha de arrecadação e, quando saímos,
deixamos o Departamento com uma arrecadação mensal de R$ 450 mil, ou seja,
cinco vezes mais. Nós fizemos campanha de conscientização justamente para que
todas as famílias que ali residissem cuidassem dos seus imóveis e também
pagassem para que ali não apenas “recebessem o peixe”, mas também “aprendessem
a pescar”, para fazer com que a roda girasse, e os demais também tivessem a sua
casa própria.
Todo o Condomínio
Santa Terezinha, que era a Vila dos Papeleiros; o Princesa Isabel, o Bela
Vista, o AJ Renner, o Arco-Íris, todos esses loteamentos lá, da quinta unidade,
pagavam de R$ 17,00 a R$ 35,00 mensais - todos, sem exceção, a não ser os casos
excepcionais que a Lei permite, que são aqueles em que as famílias não têm
renda. Aí, o Município tem que dar a isenção do pagamento dessa unidade
habitacional. Então, nós prezamos
sempre que todos os mutuários do Departamento Municipal de Habitação
pudessem pagar para proporcionar maior arrecadação, e assim os cofres do
Executivo pudessem angariar fundos com esses R$ 5 milhões, R$ 6 milhões que
rendiam ao ano, para serem reaplicados em habitação.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, o senhor traz um
tema para debate que é de extrema importância, e para o qual, sob o meu ponto
de vista, a Cidade ainda está em dívida, que é a regulamentação do Estatuto da
Cidade, que tem como uma das suas ferramentas a concessão de uso especial do
solo para fins de moradia. Aí, a gratuidade se dá automaticamente. Quero
registrar que temos um Projeto de Lei que está pronto para ser votado, que
regulamenta a concessão do uso especial do solo para fins de moradia no
Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver.
Engenheiro Comassetto. Como o senhor bem disse, se já tivéssemos aprovado essa
regularização, não precisaríamos estar fazendo leis específicas como é o caso
da minha.
Mas eu peço o apoio
dos senhores Vereadores para esse Projeto, justamente porque ali existe uma
remoção involuntária, e a legislação diz que, quando se trata de o Poder
Executivo remover as famílias, por interesse seu, de uma localidade para outra,
não pode fazer as pessoas, por menor que seja o valor de suas casas, perderem tudo.
E nós sabemos que as famílias da Vila Dique investiram tudo o que tinham lá,
Ver. Toni Proença e Ver. Paulinho Rubem Berta, que muito caminharam por lá -
eles investiram o que tinham. Nós não podemos desprezar, jogar fora o que eles
tinham e agora cobrar uma outra mensalidade. Não é justo, e nós sabemos que
vieram R$ 33 milhões da OGU, do Governo Federal, a fundo perdido. A Lei diz
que, quando há, por parte do Governo Federal, aporte de recursos a fundo
perdido, a gratuidade pode ser exigida, como também tem que se fazer no
Chocolatão essa gratuidade vinda do Governo Federal. Então, é só nessas
exceções, nesses casos. Por isso que propus uma legislação específica para o
caso, para não dizerem, na Cidade toda, que estamos entregando habitações
gratuitas. Não estamos, não. Nós estamos propondo leis para beneficiar quem
precisa, e não para beneficiar os que utilizam suas residências e que podem e
devem pagar para que outros possam ter suas residências dignas no futuro.
Obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nilo
Santos.
O SR. DJ CASSIÁ: Srª Presidente; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; senhores da imprensa; professores e estudantes
que nos visitam, que nos honram nesta tarde, Ver. Brasinha, eu vou tocar num
tema que, de certa forma, começa a me preocupar, e o senhor é um Parlamentar
preocupado com as causas sociais e também com o esporte. Vou falar sobre um
tema que, repito, começa a me preocupar, que é a questão da Copa do Mundo.
Para a Copa na
África, tivemos investimentos de milhões e milhões de dólares, onde há miséria,
há fome, há morte e aonde a Educação não chega. Foram investidos milhões e
milhões de dólares em “elefantes brancos”; estão lá cravados, Ver. Brasinha,
estádios de futebol que custaram milhões, dinheiro que se deixou de investir na
Educação, que se deixou de investir no salvamento de muitas crianças que morrem
de fome naquele país!
Agora, este País não
é muito diferente da África, não! Aqui nós temos milhares de crianças que
também morrem de fome, morrem por falta de assistência, morrem por falta de
condições de vida! E a minha preocupação, Ver. Adeli Sell, é com esse povo que
vive no País da desigualdade social.
Eu vejo falar, todos
os dias e todas as horas, que, no Estado tal, na cidade tal, não sei quantos
milhões vão ser investidos em estádio de futebol, nisso e naquilo. Qual é a
contrapartida que vai ter o povo necessitado? A contrapartida é continuar sem
educação, sem condições de atendimento médico! Ora, Ver. Brasinha, o tempo é
muito curto; cinco minutos para debater essa questão... O que mais me preocupa,
Ver. Brasinha - não sou eu que estou falando
aqui, não, Ver. Ismael - é que esse dinheiro é do povo, daquele que levanta às
5h, às 6h da manhã, com a sua marmita, para pagar impostos sem ter retorno! Eu
quero saber do metrô desta Cidade! Eu quero saber o que a Restinga vai ganhar,
o que a Vila Cruzeiro vai ganhar, o que a Vila Bom Jesus vai ganhar, o que a
Tia Zeca, lá na Zona Norte, vai ganhar! Qual é o retorno que vai haver com essa
gloriosa Copa? Agora eu começo a ter as minhas dúvidas, Ver. Brasinha.
Desculpe, Ver. Brasinha, mas eu começo a ter as minhas dúvidas, até mesmo porque
quem vai administrar esse dinheiro é um cidadão sobre o qual a imprensa do
mundo todo fala que não é uma pessoa séria e que ele está sendo investigado.
Ora, trata-se de
dinheiro público, com exceção deste Estado, em que, na questão dos estádios de
futebol, não vai ser investido dinheiro público. Bom, se não vai ser investido
dinheiro público nos estádios de futebol, então nós, aqui, devemos nos unir,
independentemente de Partido político, e trazer esse dinheiro para a melhoria
da nossa Cidade e das comunidades carentes.
Para concluir, há
Estados que não têm nenhuma relação com o futebol ou com o esporte, mas tenho
certeza absoluta de que lá vão ficar “elefantes brancos”!
Quero aqui convocar
as minhas colegas e os meus colegas a nos unir. Vamos trazer investimentos para
quem realmente precisa. Olha, Ver. Brasinha, não é um questionamento em relação
ao futebol; muito pelo contrário, o esporte é saúde. “Eu só quero é ser feliz,
andar tranquilamente na favela onde eu nasci.” Muito Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA (Requerimento): Srª Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr.
Moacir Gutierres de Souza, grande amigo e grande Parlamentar da cidade de
Viamão. Era atualmente Suplente de Vereador pela Bancada do PPS de Viamão e
também Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio
Varejista de Feirantes do Rio Grande do Sul. Também foi ex-Vereador na cidade
de Viamão. Tivemos uma grande perda. Nós lamentamos muito e nos solidarizamos
com sua família.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Srª Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento da Srª
Cleci Alvarenga, líder comunitária da Serraria, assassinada naquela comunidade.
A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon): Deferimos o
pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
público que nos assiste nas galerias ou em casa, pela TVCâmara, venho a esta
tribuna após um momento até de tristeza, mas também há alegria nessa vida,
graças a Deus! Eu gostaria de parabenizar a comunidade da Lomba do Pinheiro,
por meio da nossa Verª Maristela Maffei, que lá tem liderado as lideranças
comunitárias. Vai ser instalado lá o Complexo Esportivo e Cultural da Lomba do
Pinheiro, Parque II.
É muito importante
que os governos apliquem recursos e investimentos em obras como essa, é a
oportunidade que a nossa Cidade tem de crescer, tornar-se mais humana e com
menos violência, menos marginais. O menino de 14, 15, 16, 18 ou 20 anos, seja
da idade que for, parado em uma esquina, muitas vezes, atrai para si companhias
que jamais deveria atrair. Quando uma obra dessas é colocada em uma comunidade
com o número de habitantes da Lomba do Pinheiro, dá-nos a certeza de que, para
aqueles moradores, muito vai melhorar.
Também gostaria de
dizer que essa é uma obra da Prefeitura Municipal de Porto Alegre em parceria
com o Governo Federal. Eu tenho ouvido, muitas vezes, que a Prefeitura de Porto
Alegre não tem projetos, isso e aquilo. Não, os projetos estão brotando, os
projetos estão sendo construídos e estão sendo aplicados, mas eu quero me
referir principalmente às lideranças comunitárias da Lomba do Pinheiro. Quando
uma liderança comunitária sente a necessidade de um investimento como esse,
começa a construir um sonho, e esse sonho se torna realidade, mas não seria
possível ele se tornar realidade se não fosse a bravura, a garra e o
conhecimento do local onde moram essas lideranças comunitárias. Um abraço deste
Vereador a todas as lideranças comunitárias daquela Região pelo esforço e por
essa bela conquista para aquela comunidade. Lideranças comunitárias são pessoas
que conhecem a realidade de onde moram.
Também venho a esta
tribuna solicitar, até antecipadamente, o apoio dos meus Pares, meus amigos,
meus colegas Vereadores. Já existe, em várias cidades do Interior, um Projeto
de Lei - do qual estou, de certa forma, no bom sentido, me apropriando - para
trocarmos a nomenclatura, hoje, de um mal desta Cidade.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho, V. Exª elogia as lideranças
do bairro Lomba do Pinheiro, e eu quero, em nome da Verª Maristela Maffei, que
é uma liderança do Bairro, aproveitar para agradecer a Vossa Excelência.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: O senhor tem
toda a razão, ela é que está capitaneando essa briga bonita que é ser líder
comunitário. Não é fácil, nesta Cidade, trabalhar pela comunidade,
principalmente quando não se tem salário - mas um dia os líderes comunitários
vão ter.
Mas eu quero dizer,
mais uma vez, aos meus colegas Vereadores que, nesse Projeto que logo chegará a
este plenário, nós estamos querendo, em palavras bem populares, trocar o nome
dessa “pedra maldita”, crack, que tem
destruído os nossos adolescentes, as nossas crianças, famílias inteiras e que
está associada ao nome de craque; craque, para mim, foi Pelé, Rivaldo, Falcão,
ou seja, jogador de futebol. E tem outros craques em outras atividades neste
País: na economia, no mundo artístico. Existem craques em todos os setores,
menos um craque que seja relacionado ao tráfico. Esse assunto já se tornou Lei
na cidade de Santo Ângelo, por uma iniciativa da OAB de lá, e, além de Santo
Ângelo, cidades como Giruá, Santa Rosa, Três de Maio, Três Passos e Passo Fundo
já implantaram essa Lei, desassociando craque e trocando para “pedra da morte”.
Quero contar com o
apoio dos Vereadores, fazendo essa solicitação, porque qualquer um quer ser
craque; agora, ninguém quer a pedra da morte. Por isso, quero agradecer aqui de
forma antecipada e pedir o apoio dos meus Pares, dos meus colegas Vereadores.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Ismael
Heinen está com a palavra em Comunicações, como Suplente no exercício da
Vereança, no tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta desta Casa, nobres Vereadoras, aqui representadas pela nossa Verª
Fernanda; caros colegas Vereadores, é um prazer, uma honra, uma alegria muito
grande usar o tempo do período de Comunicações do Líder do meu Partido nesta
Casa, Ver. Reginaldo Pujol, que está recolhido para refazer seus tratamentos de
saúde e que está se debruçando para providenciar o relatório para o qual está
incumbido.
Nobre Ver. DJ Cassiá,
eu poderia falar em tantas alternativas, mas eu disse que iria parabenizá-lo no
púlpito pelo seu pronunciamento, e aqui eu faço, me engajando às suas
preocupações. Quando nós lutamos no passado para que Porto Alegre se inserisse,
como de fato foi feito, nesse Projeto da Copa do Mundo, foi para aproveitar a
Copa do Mundo para que verbas também viessem para Porto Alegre, não tanto a
favor da Copa do Mundo no nosso País, mas para que Porto Alegre não ficasse
marginalizada nesse esparramo de verbas que estamos vendo e, ao mesmo tempo,
nobre Vereador, nos escandalizando pelas últimas notícias vindas sobre o que
aconteceu no nosso Congresso Nacional.
Eu gostaria de
assistir de perto, de dentro, a uma concorrência sigilosa deste País. Talvez o
povo amordaçado já não reaja mais como tem que reagir; talvez ele já esteja
vendo que as nossas concorrências de hoje, realmente, são sigilosas mesmo, mas
temos isso plasmado em lei, em um País que se diz uma República Federativa!
Isso aí é um molde de ditadura das mais mesquinhas, onde concorrência não
existe.
Pena que o Brasinha
não está aqui, mas eu também sou um amante do futebol, fui profissional de
futebol, e isso está vindo com o futebol, e talvez isso seja um aviso para nós
todos - e eu quero chegar ao final do meu pronunciamento rápido. A FIFA com
escândalo; a CBF, agora, ameaçada pelo nosso ex-craque de nosso futebol, e uma
CPI também, que talvez esteja vindo tardiamente, haja vista o roubo no
Campeonato Brasileiro do Internacional. Nos jogos do Pan-Americano, nós temos
exemplos de superfaturamento, do aumento dos investimentos de última hora e,
quando não havia concorrências feitas às escuras, eram feitas à luz do dia. E
os agentes são os mesmos, não se trocou Ministro, não trocaram assessores, tudo
continua como era no tempo do Pan-Americano, e as provas estão aí, fartas. Mas
agora nós incluirmos concorrências sigilosas nos Anais desta República
brasileira, e a gente abre os jornais do dia a dia e só vê notícias de
corrupção e mais corrupção! E para onde vai, como tu falaste aqui, o imposto do
trabalhador brasileiro? Não é das empreiteiras, não; é do povo brasileiro que
paga imposto. Eu imagino em quanto vai aumentar o custo desta Copa do Mundo!
Mas eu acho que está na hora de nós, ainda responsáveis, levantarmos e fazermos
uma cruzada contra esta nebulosidade que está chegando ao nosso País, irmos às
ruas com abaixo-assinados e derrubarmos essa coisa que talvez vá manchar de vez
e que tenhamos que tirar o nome de República deste nosso grande País. Parabéns
pelo teu pronunciamento! A minha preocupação é essa, e é uma preocupação que realmente
me deixa muito temeroso mesmo pelo nosso Brasil. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos ao
O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a
palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Aldacir José
Oliboni.
O SR. ADELI SELL: Minha cara
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, quero aproveitar este período de
Grande Expediente para tratar, Ver. DJ Cassiá, meu caro colega, de temas da
Cidade, e, em se tratando de temas da Cidade, não se pode deixar de tratar de
2014, Copa do Mundo, mas eu quero discutir a Porto Alegre além da Copa. Eu acho
que nós estamos nos amarrando, Ver. Nedel, Ver. Airto Ferronato, que têm nos
guiado no debate sobre a Copa, e precisamos não nos amarrar com esse
calendário, porque estamos vendo os inúmeros problemas que estamos enfrentando.
Quero deixar bem
clara a minha posição sobre as licitações. Eu acho a Lei nº 8.666/93, a Lei das
Licitações, meus caros colegas, muito complicada, cheia de problemas. Meu caro
Tessaro, ela tem que ser modificada, e eu me pergunto: como o Congresso
Nacional, depois de quase 18 anos, não consegue modificar e fazer uma lei
decente neste País? Eu acho que licitações que não fiquem claras, licitações em
que coisas não sejam divulgadas, meus caros, isso não está correto.
Mas não se trata
disso aqui; trata-se aqui de resolver os problemas de Porto Alegre. Eu me
pergunto: quando teremos a humildade de olhar o mundo, olhar para além do Chuí,
olhar para além do Mampituba, olhar para além das Barrancas do Uruguai. Nós
vamos nos afundar se o Rio Grande do Sul continuar com a síndrome de grandeza,
grandeza que perdeu ao longo dos anos, inclusive na política. Nós, políticos
aqui da Capital, deveríamos nos espelhar, por exemplo, num João Goulart, com as
suas “reformas de base”; nós nos
deveríamos mirar num Pasqualini, do trabalhismo real e que foi, sem dúvida
nenhuma, a matriz do trabalhismo no Rio Grande do Sul. Mas nós temos um claro
viés autoritário, que é uma herança maldita do castilhismo. Aqui se fazem
homenagens e homenagens a Julio de Castilhos, mas
eu quero lembrar que foi exatamente por causa de Julio de Castilhos, de Borges
de Medeiros, que nós criamos um estado autoritário no Rio Grande do Sul.
Desdenhamos Assis Brasil, que teve, como homenagem, seu nome colocado numa
picada, na época, numa estrada, na época, a Assis Brasil, hoje uma grande
Avenida; os nomes principais eram dados para as ruas centrais de Porto Alegre,
e para elas foram dados os nomes de Julio de Castilhos, de Borges de Medeiros,
ou seja, os caudilhos do nosso Estado. Nós continuamos com essa visão tacanha,
fechada, enclausurada, e é por isso que a gente não se mira na experiência de
Barcelona, experiência exitosa das Olimpíadas de 1992. Nós temos lições, DJ
Cassiá, da África recente, onde, de fato, sim, existem “elefantes brancos”. Nós
poderíamos estar construindo aqui a melhor das Copas, a melhor das cidades, se
nós tivéssemos a humildade de nos guiar por exemplos exitosos e cuidar para não
cair nas teias dos exemplos malfadados ao fracasso.
Por isso esta tribuna
é um bom lugar para fazermos esse debate, como também a Comissão Especial da
Copa. Temos que olhar além da Copa, porque nós teremos cidadãos
porto-alegrenses que continuarão morando aqui, na nossa Cidade, que vão
usufruir o bem-estar que uma cidade pode nos dar, as belezas que uma cidade
pode dar; o seu desenvolvimento, a sua inclusão social econômica e ambiental,
mas não podemos continuar com as disputas intestinas, como estamos vendo dentro
da própria Prefeitura, e, nas obras da Grande Cruzeiro, na Vila Tronco, na Moab
Caldas, nós ainda não temos o licenciamento ambiental da SMAM, que vai atrasar
e colocar em xeque esse dinheiro.
Nós fomos incapazes
de ter a Praça da Juventude na Zona Norte, na Vila Bom Jesus, porque a
Administração perdeu esses recursos por falta de acompanhamento. E nós
poderemos perder importantes recursos da Copa, mais uma vez, por causa dessa
malfadada soberba.
Nós queremos, sim,
alargar a Av. Cruzeiro do Sul e a Av. Moab Caldas, para que fique bem para
Porto Alegre e que por ali circulem ônibus que deem condições para a população
se locomover de um lado para outro.
Precisamos, sim,
construir mecanismos de saúde, mas nós não conseguimos resolver o problema do
Hospital Mãe de Deus, que poderia utilizar os mesmos índices que o Grêmio, que
o Inter e outros vão se utilizar, mas há burocracia na Prefeitura, é apenas um
Procurador do Município que impede que essa Lei seja efetivada e faz com que os
projetos fiquem trancados nas salas da Prefeitura.
Por causa da
burocracia, Brasinha, nós teremos problemas com a Copa, porque o Mãe de Deus
poderia ampliar enormemente o seu hospital e fazer uma linha direta com Estádio
Beira-Rio, porque essa é a proposta. Mas não! O hospital que faria isso com o
seu dinheiro, com dinheiro privado, não está conseguindo fazer por causa da
burocracia da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e nada é feito.
Eu estou aqui para
cobrar uma solução imediata para esse problema.
Colegas Vereadoras e
Vereadores, não bastasse isso, a nós foi prometida, há muito tempo, a
conteinerização do lixo em Porto Alegre, e, se continuar nessa questão, com
licitações malfeitas e como são mal escritos os Projetos que vêm para esta
Casa, nós chegaremos em 2014 sem o lixo conteinerizado em Porto Alegre. O que
dirão as pessoas que virão a Porto Alegre vendo as pessoas correndo atrás de um
caminhão como se fosse uma corrida de obstáculos, sem uso de IPI, sem luvas,
varrendo a Cidade, sem proteção, varrendo as imundícies da Cidade? Esta é uma
Porto Alegre do atraso, esta não é a Porto Alegre moderna que todos nós
queremos. O que queriam alguns políticos que eu citei há pouco, Ver. Elói
Guimarães, como é o caso do Pasqualini? Porque eu, aqui, por estar na Frente da
Bancada Trabalhista do PTB e da Bancada do PDT, direi com muito orgulho: foi um
político que teve a capacidade de botar o dedo na ferida quando tinha
problemas, e o Estado ficava naquela situação que foi comum no passado, da
grenalização política, das disputas intermináveis, da mesquinharia, do
autoritarismo, do caudilhismo. Não! Foram homens que olharam para o futuro,
mostraram os bons caminhos, e nós temos que estar aqui novamente, sem
passionalismos, para mostrar quais são os verdadeiros caminhos que podem
resolver os problemas da Cidade de Porto Alegre. A Cidade está parando, não há
circulação, não há a devida acessibilidade, as calçadas estão quebradas, e o
que é feito? Nada. Os cadeirantes não conseguem caminhar. Qual o Projeto que
existe, de fato, para fazer o que os órgãos federais fizeram aqui na Av.
Loureiro da Silva para que os nossos cegos pudessem caminhar sem maiores
problemas? Não, essa é uma Cidade que maltrata as pessoas portadoras de
deficiência, totalmente maltratadas, não há uma evolução nos últimos anos. E
nós queremos receber a Copa, Ver. João Dib, nós queremos receber a Copa. Como
vamos receber os visitantes? Porque não é receber a Copa, é receber os
visitantes. E não só os visitantes da Copa, porque, antes da Copa, teremos a
Copa das Confederações, teremos o Master de Atletismo, mas nós temos que pensar
nas pessoas da nossa Cidade, nos idosos que tropeçam nos buracos da Cidade, nas
pessoas que vêm do Interior para o seu tratamento médico em Porto Alegre;
imaginem uma pessoa que vem de Carazinho, que tem os seus lixos separados na
rua, com caixas delimitadas para o lixo orgânico e o lixo seco, ela vem para
Porto Alegre e vê essas lixeiras podres, sujas, imundas, quebradas,
danificadas, e também a pichação da Cidade.
Por falar em
pichação, temos que seguir o exemplo do que fizemos no edifício onde moro: nós
conseguimos, na Justiça, barrar a venda dos bens dos pichadores. Isso pode ser
um elemento importante para acabar com essa tristeza que são as pichações na
cidade de Porto Alegre. Temos que ter coragem e determinação para fazer valer a
Lei que aprovamos; no Código de Postura de Porto Alegre, no Capítulo V, consta
que pichação é crime. Na Lei Ambiental nº 9.605, também consta que é crime
ambiental. Mas onde está o número de denúncia da Prefeitura? Sumiu? Porque, no
156, não se consegue ligação, não se consegue retorno. Nós precisamos tratar
dessas questões.
Quero, Tessaro,
tratar aqui também do Projeto Minha Casa, Minha Vida. Nós poderíamos ter muito
mais casas em Porto Alegre, mas novamente temos os burocratas de plantão, temos
que fazer uma revolução no DEMHAB, nós não podemos continuar com uma estrutura
arcaica. Eu chamo, inclusive, os ex-Diretores do DEMHAB para os Vereadores que
pensam a questão habitacional - e eu não sou dos principais militantes dessa
área aqui dentro, há outros que têm muito mais militância do que eu - para
fazermos um grande debate, meu caro Heinen, porque, do jeito que está, não se
fomentam as cooperativas habitacionais, não se despacham os projetos quando os
empreendedores privados têm condições de fazer essas atividades. Eu estou vendo
o Brum, em Alvorada; o Alex, em Viamão... O Prefeito de São Leopoldo é o
campeão das casas populares; e Porto Alegre está ficando para trás. E nós
queremos receber a Copa, nós queremos ser os melhores. O que dirão as pessoas
das nossas favelas? Espero que passem em algumas Cidades onde o Projeto Minha
Casa, Minha Vida vingou, como acabei de citar agora. E fiz questão, inclusive,
de citar um dos Municípios que não é dirigido pelo Partido dos Trabalhadores,
mas dirigido pelo próprio PTB, ou seja, nós precisamos fazer debates de fundo aqui, nesta Casa, sobre esses
temas da Cidade. Nós temos que puxar esses grandes debates, porque também
queremos um trânsito, como falei há pouco, não apenas que circule, Fernanda,
mas em que o trabalhador do ônibus seja respeitado, em que o cobrador seja mais
bem pago, em que os ônibus circulem arrumados, e não atopetados, cheios de
pessoas, como “sardinhas em lata”, com os horários defasados. Nós queremos
transporte público de massa de qualidade, queremos enfrentar a questão da venda
de placas, como foi discutido hoje, pela manhã, não fazendo tabula rasa, mas discutindo, sim, porque
estamos vendo problemas, pequenos quistos, mas que são danosos para a
Administração Pública Municipal. Nós temos amor por esta Cidade, por isso nós
brigamos por ela, por isso lutamos diuturnamente por uma Porto Alegre melhor,
mas precisamos ter muito mais ousadia, termos atitude, e, com diz a gurizada, é
preciso ter muito mais “pegada” dentro dessa Prefeitura, porque as coisas estão
mal, as coisas andam devagar, as coisas andam lentas, a burocracia tomou conta.
Nós precisamos fazer gestão de qualidade. Nós precisamos ter mais Governo,
porque, tendo mais Governo, teremos mais eficiência. Eu luto por esta Porto
Alegre porque amo esta Cidade, mas não posso sucumbir diante do seu atraso. Eu
quero uma Porto Alegre moderna.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, depois desse
discurso inflamado do Ver. Adeli, certamente ele já está concorrendo a
Prefeito. Senhores e senhoras, eu venho a esta tribuna também preocupado com a
Copa do Mundo, justo o que o Ver. DJ Cassiá falou. Tenho uma preocupação, mas,
ao mesmo tempo, tenho visto os homens competentes que estão trabalhando para a
Copa, e podem ter certeza absoluta de que esta Copa vai servir de exemplo para
o mundo, principalmente no Rio Grande, porque aqui tem pessoas sérias, tem
Secretários sérios, tem Vereadores sérios, tem Deputados sérios e Governador
sério também. Eu critiquei o Governador Tarso, logo que ele ganhou. E hoje eu
estou gostando do trabalho do Governo Tarso. Estou gostando do trabalho dele,
porque, quando um cidadão, como Governador, como Deputado, como Prefeito, faz
um trabalho bom, a gente tem que aplaudir. Não podemos olhar só o que não está
sendo feito. Ele está trabalhando bem, eu sou o primeiro a dizer. E estou,
também, fiscalizando. Eu torço para que ele acerte o Governo e faça este Rio
Grande avançar cada vez mais.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, meus cumprimentos; Vossa
Excelência dá uma sinalização importante. Primeiro, o Ver. Adeli faz vários
elogios ao PTB, buscando o Pasqualini. Vossa Excelência, agora, elogia o
Governador Tarso Genro. Que bom! Que bom que os Partidos já começam a se
acomodar em busca do melhor, com certeza. Parabéns!
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.
Bernardino. Voltando à Copa do Mundo, Ver. Todeschini, ela vai proporcionar
milhares de empregos, milhares! Tem muita gente que não vive o esporte, Ver.
Tessaro, não tem ideia da proporção. Eu, por exemplo, vivo intensamente Grêmio,
futebol. E, ao lado do Estádio Olímpico, o que acontece? Milhares de pessoas
sobrevivem do evento tanto do Grêmio quanto do Internacional. Ali tem um
cidadão que tem uma van, aquela vanzinha,
para vender cachorro-quente. Aí tem a filha da senhora que trabalha junto, para
ajudar; aí tem mais um outro. É a família que sobrevive em cima do evento do
futebol. Eu não posso entender que alguém seja contra a Copa do Mundo, contra
um evento de futebol da proporção da Copa do Mundo. Milhares de pessoas vão
visitar Porto Alegre! No turismo, Ver. Tessaro, nós perdemos para qualquer
cidade aqui da Serra: Caxias, Gramado, que é uma referência, Canela. Mas quem
são os culpados de a nossa Cidade não ser conhecida turisticamente? São os
políticos, os Deputados, os legisladores que estiveram antes nesta Cidade e não
se preocuparam com o turismo. Hoje, todo o mundo sabe o quanto o turismo
emprega.
Quando fizemos o
Projeto do Pontal do Estaleiro, que vários Vereadores assinaram, aquilo poderia
ser para a Copa do Mundo agora, Vereador! Assim mesmo, alguns Vereadores foram
contra! Com 18 mil votos, tiraram o Projeto, Ver. Todeschini! Era um Projeto
que poderia, hoje, embelezar a beira do Guaíba, junto com o Gigante da
Beira-Rio. O quanto era importante aquele Projeto, Ver. Todeschini! E parece
que V. Exª votou contra, não é?
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte?
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereador Todeschini,
tenha a bondade, eu lhe dou um aparte.
O Sr. Carlos Todeschini: Vereador
Brasinha, eu pedi para aparteá-lo, para corroborar, para ajudar.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado.
O Sr. Carlos Todeschini: Na mesma
direção do discurso, fora a questão do Pontal do Estaleiro, porque é uma
questão já resolvida pelo plebiscito, com a qual eu tenho acordo, o senhor tem
razão. A Copa é um momento muito grande e muito importante de propulsão, de
criação e desenvolvimento de atividades. Nós temos acompanhado a Comissão da
Copa, da qual eu sou Vice-Presidente, e temos identificado um andamento bom das
obras, tanto das públicas quanto das privadas. Nós estivemos no Beira-Rio esta
semana com o Ver. Tessaro, que é outro Vice-Presidente da Comissão, estivemos
vistoriando as obras do Aeroporto e várias outras frentes que são muito
importantes.
A Copa é, sim, ao
contrário dos pessimistas, uma grande oportunidade que tem que ser abraçada - e
está sendo abraçada -, e vai ser um sucesso. Se a África do Sul conseguiu fazer
uma Copa - lá eu estive, e lá as condições são bem aquém das que nós temos aqui
-, por que nós vamos nos diminuir e achar que não temos condições? Nós temos
plenas condições, sim! O Fórum Social Mundial já esteve em Porto Alegre e
reuniu mais de 120 mil pessoas - estrangeiros, visitantes, turistas -, e deu
tudo certo. E eu tenho certeza de que a Copa vai ser melhor ainda, vai dar tudo
certo e vai ser um sucesso. Muito obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.
Todeschini. Aliás, até vou voltar um pouquinho ao futebol, Ver. Todeschini.
Quem sabe nós não podemos também fazer um evento de treinamento com a Seleção?
O Ver. Todeschini jogou no Gre-Nal; o DJ Cassiá, os Vereadores estão de
parabéns. Nós também podemos fazer uma participação junto com a Seleção.
O Sr. Nelcir Tessaro: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Brasinha, parabéns pelo tema
que V. Exª escolheu no dia de hoje. Quero dizer que Porto Alegre está andando e
se preparando para a Copa do Mundo, sim. Há setores que estão funcionando bem,
e outros que precisamos agilizar. Tenho visto que as obras de acesso à Arena do
Grêmio estão andando, e muito, naquele entorno que tem que ser feito também na
Rua Voluntários da Pátria, na sua sequência. Naquela parte da Cidade, tem que
ser agilizado o processo do PIEC, a retirada das famílias do entorno. Não
podemos permitir aquelas favelas que já deveriam ter sido retiradas há tempo.
Ali é muito importante agilizar.
Estivemos em visita
ao Estádio Beira-Rio, onde pudemos ver todo o projeto até a Copa e ficamos
felizes, porque, até o início de 2013, vai estar pronto, mas eles solicitaram
uma ajuda de todos os Vereadores desta Casa para intermediar e agilizar a
retirada de quase 80 famílias que residem no entorno. Nós precisamos nos
engajar para ajudar a fazer as coisas acontecerem. Então, é muito importante a
sua fala, pois vai mobilizar o Executivo e o Legislativo.
Também não podemos
esquecer de que, na época da Copa, o Parque da Harmonia promoverá eventos, para
que todos conheçam as tradições gaúchas. E, até agora, não aconteceram as
drenagens do Parque. O Ver. Bernardino também é encarregado da Comissão. Nós
vamos precisar que Porto Alegre funcione, para ser mostrada ao mundo. Parabéns
pelo tema!
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Nelcir
Tessaro.
O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns pelo tema, Ver. Brasinha. Eu
concordo com o Ver. Todeschini que a Copa vai ser um sucesso. Aqui, no Rio
Grande do Sul, vai ser um sucesso, porque não terá investimento nos estádios de
futebol, são privados. O Internacional e o Grêmio são privados. Então, eu
continuo dizendo que vai ser um sucesso.
Mas, já que não serão
investidos milhões como vão ser investidos lá no outro lado, para fazer um
elefante branco, um estádio de futebol, tem que haver a contrapartida. Esses
milhões, Ver. Brasinha, o senhor, que vem lá da base, que já passou por muito,
o senhor sabe que esse dinheiro salvaria muitas vidas! O Prefeito José
Fortunati já disse que aqui vai ter transparência. Aqui vai ter transparência!
Cada centavo público investido na Copa vai ter transparência. Que o exemplo do
Prefeito Fortunati sirva para os outros Prefeitos pelo Brasil afora, que vão
pegar dinheiro público sem consultar e colocar em elefantes brancos. Continuo
falando: elefantes brancos, Ver. Brasinha!
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. DJ
Cassiá. Quero dizer que vai ser um sucesso, principalmente no Rio Grande do
Sul, porque aqui tem pessoas de caráter, pessoas com responsabilidade, pessoas
sérias, Prefeito sério, Deputados sérios, Vereadores sérios e Secretário do
Município sério. Eles estão preocupados, sim, com a Copa. Podem ter certeza
absoluta de que, na gestão do Fortunati, as pessoas estão interligadas, é como
um time de futebol quando começa a jogar correto.
O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudá-lo e dizer da satisfação de ter
participado do evento do qual V. Exª foi um dos promotores, um evento tão
competentemente realizado, de integração entre a Câmara de Vereadores e a
Assembleia Legislativa, lá no Estádio Olímpico.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Dr. Raul. O
senhor jogou bem e pode ser convocado novamente! Vai ter jogo!
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, eu fico assistindo ao seu entusiasmo
com a Copa do Mundo, com o esporte, com as pessoas que precisam. Vejo V. Exª
pessoalmente no caminhão, durante o fim de semana. Há quem pense que V. Exª só
toca o Hino do Grêmio, não é verdade. Eu sei que V. Exª vai olhar os problemas
nos locais e denuncia em voz alta. Eu queria fazer uma homenagem: que esse
caminhão se chamasse “Caminhão da Copa”. Bote lá no caminhão alguma coisa sobre
a Copa do Mundo. É uma sugestão que lhe dou pelo seu entusiasmo.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Idenir
Cecchim. Acho que a ideia é boa.
Voltando a falar em
Secretário, tantas vezes tenho falado no Diretor-Geral
do DEP, o Ernesto Teixeira, um cidadão que, quando se liga, imediatamente, Ver.
Adeli, ele dá retorno.
O
Secretário Cappellari tem feito um trabalho impressionante na EPTC. Esse
trabalho do Secretário Cappellari se deve, Ver. Nilo Santos, Ver. Elói
Guimarães, à tecnologia avançada que a PROCEMPA tem e a um Diretor que trabalha
dia e noite, o Sr. André Imar, e também à Diretora Giorgia. Quando o Secretário
Cappellari vai a uma rádio falar, ele tem que
lembrar da PROCEMPA. Quem é que fornece a tecnologia para monitorar a Cidade? É
a PROCEMPA. Eu admiro o trabalho do André Imar, é um trabalho que tem
consistência.
Eu quero dizer ao
Ver. Idenir Cecchim que vou adotar esse sistema no caminhão.
Também quero falar no
Secretário Mário Moncks, do DMLU, outro cidadão em quem as pessoas batem,
batem, batem. E é quase impossível limpar esta Cidade, Ver. Adeli. Sábado, às
8h, eu estive num local e vi tirarem três caminhões de lixo. Eu passei lá às
10h e vi outro caminhão descarregando lá; depois do meio-dia, tiraram de novo.
No final da tarde, estava cheio, e limparam de novo. Se passar lá hoje, está o
lixo novamente. Quem é o culpado? São as pessoas. É aquele cidadão que não
pensa na natureza, que pode estar causando sérios problemas ao largar o lixo
onde quer. Isso é muito importante.
Também quero falar no
Secretário Cássio, da SMOV, que tem feito um trabalho belíssimo na Cidade; tem
trabalhado, e muito. Quando chove e aparecem muitos buracos, lá está o
Secretário preocupado, Ver. Dib, fechando os buracos e atendendo todos os
Vereadores - atende os do PT, atende os da base, atende todo o mundo de forma
igual. Esse é o Secretário Cássio.
Também quero falar no
meu querido amigo, Secretário da SMAM. O único problema do Luiz Fernando Záchia
é ser colorado, mas quero dizer que ele também tem feito um bom trabalho, Ver.
Bernardino, e, quando a gente chama, ele vai até a comunidade, ele vai olhar o
problema e está permanentemente junto. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
eu queria trazer dois temas para a tribuna, que nos parecem, neste momento,
fundamentais. Primeiro, a luta que nós fizemos durante quase um ano, Ver. Mauro
Pinheiro, para que fosse instalado um grupo de trabalho em prol do Plano Municipal
do Livro e da Leitura. Nós temos uma diretriz nacional, desde 2006, que sugere
aos Municípios que cada Município faça um plano municipal transformando em
política de Estado as ações de leitura, buscando interligar os atores sociais e
prospectar o planejamento do aumento das ações de leitura, buscando inverter
historicamente a desigualdade informacional que existe na nossa sociedade. Nós
conseguimos que fosse instituído o Grupo de Trabalho do Plano Municipal
publicado no Diário Oficial, Ver. João Antonio Dib, no dia 16 de abril,
colocando uma série de entidades para fazer um diagnóstico e fazer uma redação
do Plano Municipal do Livro e da Leitura.
Eu queria trazer para
os Líderes partidários, Ver. Adeli Sell, que tem sido um parceiro nesta luta
pela leitura em Porto Alegre, que nós faremos nove encontros nas Regiões do
Orçamento Participativo, dentro das escolas ou das bibliotecas comunitárias que
existem em cada bairro, a partir da segunda quinzena de junho e primeira e
segunda semanas de julho, buscando, Ver. Toni Proença - que é parte do Grupo de
Trabalho -, fazer a oitiva dos planos das comunidades em relação aos seus
equipamentos de leitura: se eles têm biblioteca na escola, quais as condições
do acervo e que tipo de atividade de cultura e de leitura são feitos dentro das
comunidades, isso juntando às Temáticas do Orçamento Participativo, para que a
gente possa ouvir as comunidades.
Faremos ainda quatro
oitivas temáticas com os eixos. Primeiro, com relação à democratização do
acesso ao livro junto com as bibliotecas comunitárias. Segundo, de
desenvolvimento dos mediadores da leitura com as universidades. Terceiro, a
valorização da política do livro e da leitura aqui no Parlamento Municipal,
Verª Sofia, e queremos a presença do Ministério da Cultura, da Secretaria
Municipal da Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, nós, da Frente
Parlamentar, e os Vereadores e Vereadoras da Câmara, para que a gente possa
discutir muito seriamente as políticas públicas de leitura, para que possamos
discutir a questão do orçamento para a área do livro e da leitura, para que
possamos discutir os bibliotecários, Ver. Toni Proença, os recursos humanos, os
candidatos que foram aprovados no concurso em 2009, porque, até hoje, apenas
dois foram chamados pela Prefeitura Municipal, apesar do nosso empenho em nos
reunirmos com a Secretaria Municipal de Educação, que se comprometeu em chamar
dez bibliotecários para fazer a política de leitura nas escolas municipais. E
não foram chamados até agora! Até agora! Nós estamos em junho de 2011, e não
foi cumprido o que foi dito para o nosso grupo. Fomos procurar a Secretaria
Municipal de Cultura, que já fez o pedido, e nós queremos que o GPO aprove este
Requerimento para valorizar a política de leitura no Município, para que haja o
fortalecimento dos funcionários públicos municipais, daqueles que constroem as
políticas e os serviços do Município de Porto Alegre.
E o quarto, este
temático, Verª Sofia, é o desenvolvimento da economia do livro; a questão das
editoras, das livrarias, da necessidade da política de formação de jovens
escritores e poetas, da necessidade de facilitar a questão da publicação
daqueles que estão trilhando os caminhos da literatura e que, muitas vezes, não
têm o apoio do Poder Público.
Então, venho informar
aos Vereadores e Vereadoras sobre a nossa discussão, Ver. Toni Proença. O
calendário será passado para todos os Vereadores, todos os da Casa; será
publicizado, e nós gostaríamos da presença e da participação de todos, porque
tenho certeza de que todos queremos uma Porto Alegre mais leitora.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Vereadoras, não tenho a pretensão aqui de fazer
uma análise sobre a questão táxi, dado o tempo de que se dispõe, mas devo dizer
que todo esse noticiário massificado bateu forte, muito forte, no seio da
categoria dos taxistas em Porto Alegre.
Nós temos, hoje,
quase 4 mil taxistas em Porto Alegre, 4 mil veículos que envolvem uma imensa
população, são familiares. E o táxi é tudo o que possui o taxista. Claro que se
tem que fazer exceções, como toda regra possui exceções.
Eu tive a
oportunidade de trabalhar muito nessa área não só como Secretário dos
Transportes - então SMT, Secretaria Municipal dos Transportes; hoje EPTC - e
pude acompanhar, vivenciar, no âmago, a importância do taxista, do serviço de
táxi em Porto Alegre. Posso assegurar tratar-se - e nem precisaria fazê-lo - de
um serviço bastante importante, relevante, e prestado, como regra - as exceções
estão aí - por pessoas de bem, mas que ficaram impactados. Fui procurado por
muitos, com muitos conversei, porque, da forma como bateu, os taxistas acharam
e pensaram que, no dia seguinte, em face das iniciativas judiciais do
Ministério Público de Contas, estariam em risco, que as suas permissões
estariam correndo risco, dado o caráter precário. Bem, então, é preciso que se
tranquilizem.
Hoje, tivemos uma
reunião, de manhã, com a CUTHAB, e eu coloquei, Ver. Bernardino Vendruscolo, a
Comissão de Constituição e Justiça, também, para participar de todo esse
processo que envolve os taxistas, porque, na realidade, podem ter ocorrido aí questões, mas, tanto quanto sei, sempre foram
aplicados, por parte da Secretaria Municipal dos Transportes e por parte da
EPTC, os critérios das normas vigentes que permitem as respectivas
transferências nos casos em que a legislação determina.
De qualquer forma, o
que ficou assente hoje, com a participação de alguns Vereadores, com a
participação do Ministério Público de Contas, com a participação do Ministério
Público, é que se faça aí uma grande comissão - proposição do Ver. Melo; eu
também pedi que se incluísse a Comissão de Constituição e Justiça por se tratar
de questões de legalidade, porque, na realidade, o que ocorre hoje? Há toda uma
legislação que vem antes da Constituição e das leis federais, sobre licitação e
que começa a se chocar com as disposições existentes na legislação municipal -
é preciso se fazer o realinhamento. Então, nesse sentido, nós vamos acompanhar.
Mas nós queremos tranquilizar a família taxista: ela não vai perder permissão,
coisa nenhuma! Porque, como fui informado, houve gente que foi para o hospital!
Então, é um assunto delicado, é a vida das pessoas, é um serviço que precisa de
tranquilidade. Hoje houve, nesse sentido, toda uma manifestação nesse rumo.
Tranquilizem-se! O que tiver que ser apurado será apurado, mas nós, a Casa - a
Presidente estava junto, presente -, vamos oferecer todas as condições
materiais, políticas e competência para tentar mediar essa situação para não se
criar um impasse na cidade de Porto Alegre. Sou grato a V. Exª pelo tempo.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h11min): Havendo quórum, passamos à
Apregoo a Emenda nº 01 ao PLCE nº 001/11, de autoria
do Ver. Dr. Thiago Duarte, ao PLCE nº 001/11, que (Lê.): “Inclui artigo no PLCE
nº 001/11, no presente Projeto de Lei, para que seja inserido onde couber,
conforme segue: Art. 30-A - Observadas as peculiaridades da Autarquia
Previdenciária, aplicam-se aos detentores de cargos da classe de Médico do
Quadro de Cargos de Provimento Efetivo do Departamento Municipal de Previdência
dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre - PREVIMPA, que integra os
Anexos I e II da Lei nº 8.986, de 02 de outubro de 2002, com as alterações
posteriores, todas as disposições que versam sobre matéria de natureza
pecuniária, matéria de natureza previdenciária, assim como as que se referem à
carga horária e a regimes de trabalho estabelecidos por esta Lei Complementar.
JUSTIFICATIVA. Com o objetivo de assegurar de imediato aos médicos do PREVIMPA
- que passam a exercer atividades de fundamental importância para o Ente
Previdenciário, substituindo, inclusive, a atual Perícia Médica do Município
vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em todas as atividades
referentes à avaliação médica para fins de concessão/manuntenção/reversão de
aposentadoria por invalidez, concessão de auxílio doença,
concessão/manutenção/exclusão de benefício previdenciário de pensão por morte,
dentre outras atividades correlatas e não menos significativas - os benefícios
introduzidos por essa Lei Complementar, enquanto a legislação daquela autarquia
não estiver adequada aos novos parâmetros legais, proponho a seguinte Emenda ao
PLCE”.
Apregoo Requerimento
de dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLCE nº 001/11 à apreciação das
Comissões, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Vou apregoar também
Emendas à Secretaria Especial dos Diretos dos Animais (SEDA) sobre as quais
combinamos, na Mesa Diretora, que votaremos na próxima segunda-feira, dia 27.
Apregoo a Emenda nº
4, de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLE nº 017/11, que (Lê.):
“Acrescenta o Inciso X ao art. 3º do Projeto de Lei do Executivo em epígrafe,
com a seguinte redação: Art. 3º, X - Realizar convênio com clínicas veterinárias
que possuam atendimento 24 horas para atendimento de animais de rua,
abandonados, perdidos ou animais pertencentes a pessoas com renda de até 03
(três) salários mínimos que tenham sofrido alguma forma de trauma, como
atropelamento e maus-tratos. JUSTIFICATIVA. A Emenda visa aperfeiçoar o texto
do Projeto, pois, em nossa Capital, não existe nenhum local para onde possa ser
levado um animal atropelado ou vítima de maus-tratos no período das 24 horas do
dia”.
Apregoo a Emenda nº
5, de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLE 017/11, que (Lê.): “Acrescenta
Inciso XI ao art. 3º do Projeto de Lei do Executivo em epígrafe, com a seguinte
redação: Art. 3º, XI - Criar um cadastro único de todos os animais do Município
de Porto Alegre que estão para adoção, perdidos ou encontrados. JUSTIFICATIVA.
A Emenda visa aperfeiçoar o texto do Projeto, pois, em nossa Capital, existem
várias ONGs que possuem seus cadastros, e, com um cadastro único, os cidadãos
teriam mais rapidamente acesso a essas informações, facilitando, assim, adoções
e resgate de animais perdidos”.
Apregoo Requerimento,
de autoria do Ver. Idenir Cecchim, solicitando dispensa do envio das Emendas nºs
04 e 05, ambas de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLE nº 017/11, à
apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2287/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/11, que cria o Grupo Especialidade Médica e a
classe de cargos de Médico Especialista no Anexo I, letra a – Do Quadro de
Cargos de Provimento Efetivo; cria a Especificação de Classe dessa classe de
cargos no Anexo I, letra b – Especificações de Classes; extingue a classe de
cargos de provimento efetivo de Médico; cria a classe de cargos de Médico
Clínico Geral, no Grupo Executivo e Assessoramento Superior no Anexo I, letra a
– Do Quadro de Cargos de Provimento Efetivo; extingue, na medida em que
vagarem, os cargos efetivos de Médico Clínico Geral; altera e inclui inc. XI ao
parágrafo único do art. 4º, todos da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988;
dispõe sobre o regime de trabalho da classe de cargos de Médico Clínico Geral e
de Médico Especialista; institui a Gratificação de Incentivo Médico (GIM);
altera o art. 37 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985; altera
o art. 2º da Lei nº 10.959, de 7 de outubro de 2010; e revoga o art. 1º da Lei
nº 10.959, de 7 de outubro de 2010.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e COSMAM. Relator-Geral Ver. Dr. Thiago Duarte: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-11.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o
PLCE nº 001/11 (Pausa.)
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir o PLCE nº 001/11.
O SR. ADELI SELL: Cara Presidente;
colegas Vereadores e Vereadoras; meus caros médicos e representantes do nosso
sindicato médico que estão aqui presentes, quero deixar claro, desde já, que
vou votar favoravelmente, porque o que os médicos ganham em Porto Alegre é uma
indecência. Nós deveríamos ter discutido há mais tempo esse tema - e aqui faço
uma autocrítica -, e, como já aconteceu com outros segmentos da Prefeitura, nós
não estamos resolvendo as questões da Administração pública. Eu disse aqui,
anteriormente, e vou repetir: na verdade, nós estamos fazendo uma nova veste “à
moda Jeca Tatu”; fazendo remendos, remendos e remendos, porque aqui não se
trata de discutir a questão dos médicos; é imperioso que se resolva a questão
dos médicos, como também foi feita nova meia-sola, ou seja, mais um remendo em
cima de outro remendo, com os engenheiros, os arquitetos e os agrônomos, quando
foram dados 500 “pilas” de abono para eles. A gente resolve a questão da
eficiência no serviço público tratando de forma picotada, de forma segmentada,
os problemas da Administração pública de Porto Alegre? Não! A gente só resolve
isso com muita ousadia, com plano estratégico de gestão pública, vale dizer,
uma administração com Governo que tenha atitude, ousadia, que saiba fazer
planejamento estratégico, mas que também tenha uma gestão estratégica, que
saiba ter foco nas suas ações. Não podemos pipocar como os fogos nas festas de
São João. Esse tipo de pirotecnia, esse tipo de foguetório, pode até causar
danos à saúde, porque tem gente que sai queimado. O que nós precisamos é
qualificar o serviço público da Administração em Porto Alegre. Nós temos que
voltar a discutir o Plano de Carreira de todos os funcionários, juntamente com
os profissionais médicos. Nós temos que olhar carinhosamente para todos os
profissionais da Saúde, e eu tenho a convicção de que os médicos, agora,
recebendo esse aumento, modificando, inclusive, a estrutura de funcionamento
para 20 horas, 30 horas, etc. e tal, possam, num futuro próximo, ajudar todos
os seus auxiliares no trato da Saúde pública em Porto Alegre, para que tenhamos
um plano de carreira global.
Concluo dizendo que,
lastimavelmente, a Administração tem nos trazido remendos, não podemos negar,
porque, na verdade, a Prefeitura já está, em termos de administração, muito
nua. Então, vamos tapar a vergonha que existe. Por isso votamos favoravelmente
ao Projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para discutir o PLCE nº 001/11.
O SR. PEDRO RUAS: Minha cara
Presidente, Verª Sofia Cavedon; Vereadoras, Vereadores; público que nos
assiste, eu falava, há pouco, com os representantes do Sindicato dos Médicos,
inclusive com o colega Dr. Afonso, advogado. Nós temos debatido, e debatemos
muito hoje, pela manhã e no início da tarde, eu, a Verª Fernanda Melchionna e a
coordenação da Bancada do PSOL, Ver. Dr. Thiago.
O que nós, ao longo
dos anos, temos defendido? Nós temos defendido uma valorização do serviço
público municipal que tenha, efetivamente, uma correspondência com a realidade
em termos de possibilidade financeira do Município, mas com as justas
reivindicações dos municipários, que, ao longo dos anos, são sistematicamente
desatendidas.
Este Projeto é
especial, ele não contempla só esse conjunto dos municipários, Ver. Mario
Manfro, mas, ao mesmo tempo, faz uma justiça parcial, porque ele faz justiça
com a categoria profissional dos médicos, que se insere no espectro maior da
categoria profissional dos municipários.
Para nós, do PSOL, é
muito difícil, Ver. Tessaro, separar uma coisa da outra, porque nós defendemos
sempre o reajuste igual, as mesmas condições, e temos um respeito enorme pela
condição do profissional da Medicina e pelas suas justas reivindicações. Acho
que o Ver. Adeli Sell andou bem, acertou quando colocou que o Executivo nos
manda um Projeto muito difícil. Nós temos uma posição favorável ao Projeto, mas
queremos deixar marcada aqui - eu e a Verª Fernanda Melchionna - a nossa
profunda indignação em relação ao Executivo, que, sistematicamente, coloca a
Câmara de Vereadores numa posição de contradição, como neste momento em que
vivemos agora. É evidente que nós queremos aprovar este Projeto, Verª Fernanda,
é evidente; mas também é evidente que isso nos traz a contradição de não
podermos, neste mesmo momento, Verª Sofia Cavedon, levar aos municipários como
um todo, por quem tanto lutamos e com quem estivemos lado a lado, agora, na
paralisação, uma notícia que seria, esta, sim, Ver. Adeli Sell, alvissareira:
um reajuste digno, correto, adequado para o conjunto desses trabalhadores do
Município que representam a Cidade, representam Porto Alegre e representam, de
alguma maneira, todos nós.
Por isso faço aqui
este registro da nossa inconformidade, mas, ao mesmo tempo, do nosso voto
favorável a um Projeto que é justo; no que tange à categoria profissional dos
médicos, é justo, mas, no seu contexto, passa a criar uma diferenciação que nós
não aceitamos. Nós questionamos e vamos buscar, sempre que possível, mais ainda
a partir deste momento, a equiparação dos demais servidores com um reajuste
desse nível, desse porte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada a
discussão. Em votação o PLCE nº 001/11. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna
está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 001/11.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidenta, Verª Sofia Cavedon, venho encaminhar em nome do PSOL. Agradeço ao
nosso Líder, Ver. Pedro Ruas, que já havia feito o registro da nossa posição,
mas me parece que é importante resgatar alguns elementos. Primeiro, a reivindicação
histórica das categorias por um grupo de trabalho que aponte um plano de
carreira para todos os trabalhadores da Saúde.
No final do ano
passado, os trabalhadores fizeram uma proposta, Ver. João Antonio Dib - eu,
inclusive, cobrei do Governo, hoje, na reunião de Mesa e Lideranças -, de plano
de carreira para todo o funcionalismo, para os trabalhadores da Saúde pública
municipal. Até hoje, não veio resposta de algo que é tão importante para
milhares de trabalhadores que estão na ponta: nas unidades básicas de saúde,
nos hospitais, nos postos de saúde da Capital. Ao mesmo tempo, a categoria dos
municipários fez uma greve que durou oito dias, e, junto com o reajuste
salarial de uma categoria que perdeu muito, uma das outras reivindicações era a
isonomia de tratamento. Eu quero dizer que acompanho, conheço a reivindicação
dos trabalhadores médicos da nossa Cidade, pois várias vezes conversamos com o
Sindicato sobre os valores baixíssimos que se pagam aos trabalhadores aqui, o
salário básico da Prefeitura Municipal, e que nós, evidentemente discordando da
política de gestão, discordando de que não haja uma mesa única que faça um
plano de carreira para todos os trabalhadores da Saúde, discordando da
diferenciação de tratamento entre as categorias que lutam e que trabalham lá na
ponta atendendo à saúde da população, não podemos deixar que tanto os médicos
quanto a população paguem a conta da irresponsabilidade do Governo. Nós sabemos
que uma das principais dificuldades, hoje, é a ausência ou o pequeno número de
médicos especialistas. Nós sabemos que as pessoas esperam meses por atendimento
nas especialidades, como na Dermatologia, por exemplo, em várias especialidades
da área médica. Portanto, deve-se valorizar o profissional, aumentar o salário
para que haja mais pessoas se inscrevendo no concurso, para que, de fato,
possam efetivar um trabalho de qualidade para a nossa população. Claro que isso
é fundamental, assim como também é fundamental a questão da discussão da carga
horária para todas as profissões da Saúde. Foi feito um acordo, depois da greve
de 2004, se não me engano, em relação às 30 horas para os profissionais da
Saúde como um todo, no Município de Porto Alegre. Não consigo entender por que
não vem um Projeto, Ver. Aldacir Oliboni, da Prefeitura, encaminhando uma
reivindicação histórica para todo o mundo? Não consigo entender por que a
Prefeitura não fez um grupo de trabalho para encaminhar o plano de carreira
para todos; por que a Prefeitura não concede o mesmo reajuste para todos os
profissionais que estão lá na ponta e que, assim como os médicos, recebem muito
pouco da Prefeitura Municipal?
Preocupada com isso,
Ver. João Antonio Dib, liguei para o Secretário Municipal da Saúde e pedi que
já fosse agendada uma reunião de negociação do grupo de trabalho para tratar do
plano de carreira para os trabalhadores da Saúde, junto com o Simpa, junto com
o Simers, junto com os trabalhadores de todas as áreas da Saúde. Estamos
aguardando uma resposta do Secretário Municipal, com indicativo de data para o grupo
de trabalho e com o indicativo de reconhecimento da necessidade de um
tratamento isonômico que avance para todos os profissionais da Saúde:
enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais, nutricionistas,
fisioterapeutas, para todos aqueles que também estão trabalhando com baixos
salários e com enormes dificuldades do ponto de vista do investimento público
na Saúde municipal.
Portanto, quero
encaminhar dizendo que votaremos favoravelmente, porque a população e a
categoria não podem pagar a conta da irresponsabilidade do Governo sem deixar
de cobrar a ausência da política de gestão igual, sem deixar de cobrar a
ausência de diálogo do Governo com o restante dos trabalhadores da Saúde e sem
deixar de cobrar a necessidade de que haja, de fato, um grupo de trabalho que
avance num plano de carreira para todos os trabalhadores da Saúde, assim como
um avanço das 30 horas para os trabalhadores que estão na ponta, nos hospitais,
nos postos de saúde, nas unidades básicas de saúde e que lutam para melhorar a
Saúde municipal e os serviços básicos da Saúde. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 001/11.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente,
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, me parece que havia um acordo para não se discutir, mas os
encaminhamentos, eu acho que nós temos que fazer, porque, afinal de contas,
esta matéria é extremamente importante, ela mexe num setor vital para a nossa
sociedade, que é o setor da Saúde. Eu creio que esse discurso que eu ouvi aqui,
da Bancada do PSOL, só seria bom se viesse recheado com dados para dizer onde
está o dinheiro para se pagar mais, no terreno da Saúde; se dissesse, por exemplo,
onde está aquilo que foi roubado, Ver. Cecchim, pelo Ministro Palocci e por
todos aqueles ministros e integrantes da Bancada petista, porque o dinheiro
desapareceu, e ninguém cobra nada. Se esse dinheiro viesse para cá, com
certeza, Ver. Elói Guimarães, nós estaríamos em melhores condições, aí
poderíamos pagar melhor o campo da Saúde.
O que me chama a
atenção nesta Emenda é um receio que eu tenho de que nós estejamos aprofundando
esse medo que não é só meu, acho que é da população: nós estamos criando os
especialistas, nós estamos ajeitando o problema das horas, mas acontece que não
existe nada no Projeto, nada que cobre o outro lado, Verª Sofia Cavedon, que é
a responsabilidade do médico diante do paciente, diante do cidadão. Não tem uma
fiscalização; eu disse que, em muitos postos de saúde, o cara ganha para
trabalhar seis e trabalha duas horas, não tem fiscalização. Em muitos postos de
saúde, esse cara só olha o paciente, receita lá um paracetamol, coisas assim,
não vai a fundo, realmente, naquela consulta que ele tem que fazer, no
diagnóstico. Quer dizer: esse médico não merece ganhar nada, esse cara que age
assim está roubando do Município, ele não merece ganhar nada.
Esta Emenda do Thiago
é boa para os bons médicos, para aqueles que estão dispostos a trabalhar; para
aqueles que “eu estou ganhando pouco, mas o que eu vou fazer? Eu resolvi
enfrentar isso daqui, eu não quero sair do Município...” Porque o cara que está
ganhando pouco e resolve que não quer ganhar pouco vai sair, vai fazer sua
clínica, fazer o seu consultório; ele não pode é ficar e penalizar o cidadão
que vai lá buscar uma consulta! Ele não pode ficar e não trabalhar as horas que
ele está contratado para trabalhar. Então, eu acredito que vamos trabalhar, é
claro, para que os médicos se tornem melhores, mas nós temos a obrigação de
defender a população. E eu não vejo, Ver. João Dib - V. Exª é o Líder da
Bancada do Governo e sabe que eu sigo muito as suas ideias -, no Projeto, na
Emenda, alguma coisa interessante. Nós temos que dar direitos, e V. Exª mesmo
sempre confirma isso, mas temos que cobrar os deveres, as obrigações. Eu sempre
vejo aqui um recheio de direitos, mas não vejo cobrarmos as obrigações.
Então, deveria haver
um texto neste Projeto - não dá mais tempo para colocar -, alguma coisa que
pudesse também obrigar o médico a cumprir aquele horário de trabalho para o
qual ele é contratado, porque, na maioria das vezes, ele é contratado para uma
determinada carga de trabalho, mas ele não cumpre. E, na maioria das vezes, ele
também não coloca o seu conhecimento a serviço da cura do cidadão; ele está lá,
ele quer passar o tempo dele: “Eu tenho aqui duas horas para cumprir e vou
cumpri-las”, mas sem se aprofundar realmente naquilo que ele tem que fazer, que
é cumprir a sua carga de trabalho de uma forma realmente honesta.
Então, vou votar a
favor deste Projeto, mas fica a minha cobrança: temos que fazer projetos
colocando direitos para as pessoas, mas também exigindo as obrigações.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr.
Raul Torelly está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 001/11.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Vereadores, Vereadoras; todos que nos assistem, eu venho, neste
momento de encaminhamento, reforçar uma convicção de muitos anos, no sentido de
que este Projeto está ajudando, depois de tantos e tantos anos, a regularizar,
a trazer o bom senso nas relações entre o Executivo, o próprio corpo médico, o
sindicato médico e a própria comunidade.
Então estamos, na
realidade, tendo um avanço com este Projeto, que pode não ser o maior nem o
melhor, mas que já é um avanço histórico em relação ao que temos no dia a dia.
Nós temos a criação do cargo de 20 horas, que vai dar uma sustentação muito
melhor para a gestão do sistema, para o médico que trabalha no sistema, enfim,
para que haja, realmente, uma cobrança também; aí, nós vamos ao encontro do que
falou o Ver. Luiz Braz. Mas, discordando do Vereador, dizemos que a grande
maioria dos médicos trabalha extremamente bem nas nossas unidades de saúde. Não
se ouve, em nenhuma reunião - ou praticamente em nenhuma que eu me lembre -,
uma queixa em relação aos profissionais médicos; ouve-se, eventualmente, em
relação à falta de cobertura do atendimento médico, às emergências
superlotadas. São praticamente inexistentes as queixas em relação ao
atendimento ao paciente.
Quanto ao
paracetamol, é uma bela medicação que ajuda muito como antitérmico e no combate
à dor. Na realidade, eu sou mais antigo, sou do tempo do AAS: havia o “Dr.
AAS”, só se podia receitar o AAS na época; agora, há o “Dr. Paracetamol”. Isso
é porque existem inúmeras doenças crônicas e agudas que precisam do
paracetamol. Estou dando um exemplo aqui, não estou fazendo propaganda de
nenhum tipo de medicação.
Na realidade, temos
hoje um momento que eu diria que é único nos últimos anos, de avanço e de
construção de uma melhor Saúde pública para a nossa Cidade, construção que vai
além, simplesmente, de algum tipo de aumento ou de gratificação de incentivo
que está sendo concedida, como é a Gratificação de Incentivo à Atividade
Médica. Nós estamos adequando o sistema de Saúde pública da Cidade; através do
que este Projeto vai gerar, nós teremos 1.116 médicos que poderão se tornar
especialistas na nossa rede. Isso, certamente, trará também, para toda a
sociedade, uma dinâmica de atendimento muito melhor, e esses especialistas,
muitas vezes tão solicitados no SUS, serão em maior quantidade.
No dia a dia, lá no
Posto de Saúde, nos nossos hospitais, poderemos saber exatamente quantos
médicos estão prestando serviço naquele local, com qual carga horária e qual a
falta que temos, para que possamos repô-los, para que possamos ampliar as ações
de Saúde na Cidade, criando novas Unidades de Saúde, novos postos de saúde e dando
o conforto que as pessoas precisam, em especial às pessoas mais carentes que
estão nas nossas periferias, muitas delas precisando de um atendimento maior. E
que o cobertor curto que hoje temos, passe a ser um cobertor que abranja toda a
nossa Cidade, toda a nossa sociedade.
Acredito que estamos
num bom momento, vamos aprovar o Projeto, e acho que isso vai ser unânime aqui
na Casa, pois temos o entendimento da necessidade e da qualidade de vida que o
Projeto representa para toda a população. Eu gostaria de dizer que o Governo
Municipal, a Secretaria da Saúde, a Câmara, os Sindicatos, todos fizeram o seu
papel para que chegássemos a este momento. E vamos ter uma Saúde melhor e mais
abrangente, e mais dignidade na cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Sofia Cavedon, eu queria fazer um apelo, já que há acordo para
votar este Projeto, e nós temos uma Representação, agora, às 16h30min, e já
estamos atrasados: votarmos a favor do Projeto. E os Vereadores estão se
inscrevendo. Então faço um apelo ao Plenário, para votarmos o Projeto.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, eu
quero, de público, agilizar esse processo. Eu abro mão da minha fala e falo
depois, em Liderança.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, Dr.
Thiago.
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu também estou
desistindo de falar, a pedido do Vereador.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não havendo
mais inscritos, em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 001/11. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLCE nº
001/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Parabéns aos colegas
municipários pela conquista.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2220/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 019/11, de autoria da Mesa Diretora, que
altera o art. 20-B da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o
Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto
Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, permitindo que a
escolha da Estrutura Complementar dos gabinetes dos vereadores seja realizada
semestralmente.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e
CUTHAB. Relator-Geral Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-11.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o
PR nº 019/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Estão suspensos os
trabalhos para a Reunião Conjunta das Comissões, para apreciação do
Parecer Conjunto ao PLCE nº 005/09.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h42min.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon - às 16h59min): Estão reabertos os trabalhos. Está encerrada a Ordem do Dia.
Lembro as Sras
Vereadoras e os Srs. Vereadores de que a votação desse Projeto, um importante
Projeto, que é o Plano Diretor de Acessibilidade, conforme acordado pela Mesa
Diretora, será na próxima quarta-feira.
Dou as boas-vindas ao
Ver. João Antonio Dib, que fez um pequeno procedimento cirúrgico. Estávamos com
saudade.
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra para uma Comunicação de Líder (Pausa.) Ausente.
O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente Sofia Cavedon; ilustres colegas Vereadores, eu abdiquei do meu tempo
para podermos votar com mais presteza o Projeto da criação do cargo de
Especialista Médico, mas se impõem algumas correções às falas que foram feitas
aqui. A primeira, no que se refere ao conjunto dos servidores e à discussão que
permeia a questão da possibilidade de ter um plano de carreira para o conjunto
de servidores, principalmente os da área da Saúde, é fundamental que nós
façamos algumas correções e tenhamos clareza nos dados verdadeiros.
O Prefeito José
Fortunati, no dia 5 de maio - está no Diário Oficial -, iniciou e implementou
um Grupo de Trabalho para discussão do Plano de Carreira dos demais servidores,
e não foi o que foi dito aqui. Não foi o que foi dito aqui.
A Comissão de Saúde -
e isso é importante que a gente diga com clareza para a Verª Fernanda - já
pautou o tema e tem discutido, e ela está convidada para as nossas reuniões
todas as terças-feiras, pela manhã, e estamos discutindo o tema também.
Com relação ao que o
Ver. Luiz Braz trouxe, da premissa, nós temos que partir de uma premissa: em
princípio, todos os servidores realizam o trabalho corretamente; os que não
realizam devem ser apontados e devem ser punidos, e, para isso, nós temos
instrumentos, nós temos instrumentos já consolidados para fazer isso, e é
importante que se faça. Inclusive, o Ministério Público assinou um TAC com a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no sentido de cobrar, efetivamente, a
carga horária dos servidores, porque agora, com tranquilidade, o que pode
realmente ser feito, principalmente no que se refere aos médicos.
Mas eu quero, acima
de tudo, além de fazer essas correções, destacar este momento. Acho que este
momento, para a categoria médica, para a Saúde da Cidade, é um momento
emblemático, em que, realmente, se reconhece a necessidade de atuação dos bons
profissionais médicos, que são a imensa maioria dos trabalhadores, que são a
imensa maioria dos servidores; em que se dá um grande crédito a esses
profissionais, a partir da criação do cargo de 20 horas, que, desde 2003 -
2003! -, é pretendido por esses servidores. Dá-se um aumento real de 21% a
esses servidores, com a incorporação do abono ao salário básico e, realmente,
os distingue - e aí é por força de lei - através da Gratificação por Incentivo
Médico, anulando a que se tinha anteriormente, a Gratificação por Incentivo
Técnico.
Eu quero externar
aqui os meus cumprimentos à Secretaria da Saúde, à Secretaria da Administração
e, principalmente, ao Prefeito, que enfrentou um tema bastante polêmico. E nós
vimos aqui como esse tema foi polêmico não só hoje, mas na votação do abono, no
passado distante e no passado próximo, o quão difícil é enfrentar esse tema, e
só se faz justiça, tanto com os servidores quanto com a população em geral,
tratando de forma diferente aqueles que, na realidade, executam atividades
diferentes.
Então, parabéns a
todos, parabéns ao conjunto dos Vereadores, parabéns à Prefeitura e à
Secretaria da Saúde, mais uma vez, como foi no IMESF, como foi no abono -
parabéns ao Líder do Governo, Ver. Dib -, que conseguiu comandar esse processo
efetivamente, enfrentando um tema que há tanto tempo se tenta enfrentar, e tão
difícil de enfrentar como esse. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2288/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/11, que declara de utilidade pública o
Instituto Nacional da Próstata (INPrós).
PROC.
Nº 2289/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/11, que declara de utilidade pública a
Associação Gaúcha de Cultura Musical.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não havendo
inscrições, encerrada a discussão de Pauta.
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, ocupo a tribuna para fazer um registro
importante para a Bancada do PMDB. Ontem à noite, nos reunimos na casa do Ver.
Professor Garcia, que tem um gosto muito apurado por vinhos, e, acompanhados de
um escondidinho de charque, discutimos muitos assuntos, um deles foi a sucessão
municipal de Porto Alegre. E reafirmamos, todos os seis Vereadores estavam lá,
o nosso compromisso com o Projeto que elegemos quando o Prefeito José Fogaça
foi candidato, Governo que agora, competentemente, é conduzido pelo nosso
Prefeito José Fortunati.
Também decidimos, a
Bancada do PMDB, que nós vamos, se continuarem as águas como estão, reafirmar o
nosso apoio a Fortunati. Mas, na hipótese de ter candidatura própria, a
Bancada, por unanimidade, obviamente pela modéstia do Ver. Sebastião Melo, que
se absteve, decidiu que nós temos um bom candidato para ser protagonista da
próxima eleição municipal, que é o nosso Ver. Sebastião Melo, Presidente do
Diretório Metropolitano do PMDB.
Então, eu quis fazer
esse registro, porque, a cada reunião que se faz do PMDB, em qualquer Município
- e estão sendo muito virtuosas as reuniões -, discutem-se muitos assuntos
importantes sobre o Rio Grande do Sul, mas também se cometem alguns exageros,
do meu ponto de vista, quando querem discutir a sucessão municipal de Porto
Alegre. Do jeito que vai, daqui a pouco, nós vamos fazer um congresso aqui, em
Porto Alegre, para tratar das eleições de Guaporé, por exemplo.
Eu acho que as coisas
estão bem encaminhadas, e essa reunião de ontem apenas reafirma a grandeza que
o PMDB tem em Porto Alegre.
Dito isso, Ver. João
Dib, quero dizer ao Ver. Comassetto, antes de ele ocupar a tribuna, que estamos
lamentando, sinceramente, que o Município tenha feito um grande investimento na
Lomba do Pinheiro, dando um terreno importante, fato que todos apoiaram. No
começo, era a participação de todos; depois fomos escanteados - o Município, os
membros do Conselho de Administração do Ceitec. E graças a Deus que nós nos
afastamos desse bando de ladrões, porque o Ceitec está lá, há alguns anos,
torrando dinheiro público. E hoje nós vimos, nos jornais, o próprio Ministro
Mercadante acusando os seus companheiros do PSB de terem feito malversação do
dinheiro. O Ceitec, que era para ser orgulho do Rio Grande do Sul, de Porto
Alegre, se transformou numa vergonha graças aos Partidos que fazem parte dessa
importante unidade de tecnologia da informação, que já era para estar
produzindo chips, que era para estar
desenhando chips, mas que apenas
produz mais roubo e desenho de mais corrupção! É um absurdo acontecer isso aqui
nas nossas barbas! Muitas vezes, o nosso Ver. Pinheiro reclama que nós falamos
de Brasília. Pois, então, Ver. Mauro Pinheiro, agora tem uma vergonha aqui em
Porto Alegre também para ser explicada.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras; senhoras e
senhores, eu quero, em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores,
fazer um breve registro ao Ver. Idenir Cecchim. Vereador, eu não vou gastar
saliva aqui com essa sua preocupação, porque essa já é uma preocupação do
Governo Federal. Aquele projeto é o maior projeto da América Latina, ou do
hemisfério sul do planeta em termos de tecnologia e, graças ao Governo Lula,
ele está acontecendo aqui na Lomba do Pinheiro. Se ele tem problemas
administrativos, nós somos os primeiros, juntamente com o senhor, a pedir que
todos os fatos sejam esclarecidos. Agora, uma postura administrativa equivocada
não pode comprometer, primeiro, uma decisão política correta e um projeto com
essa magnitude, que nasceu, sim, com uma construção tripartite: Município,
Estado e União. Não foi a União que retirou o Estado e o Município, isso foi em
decorrência de iniciativas políticas dos mandantes da época, que ficaram fora,
tanto que o Governo Tarso, através do seu Secretário de Ciência e Tecnologia,
pleiteia ter assento e voltar a coordenar aqui, em nome do Estado do Rio Grande
do Sul.
Mas eu queria falar
do tema que debatemos hoje de manhã, aqui nesta Casa, o problema dos táxis. Eu
dizia lá na Audiência Pública, juntamente com os colegas Vereadores que lá estavam,
que, primeiro, nós temos que fazer aqui algumas premissas diferentes do que o
foi anunciado na imprensa. Em momento algum, para nós, do PT, está em jogo ou
está em disputa o trabalho que realizam os taxistas na cidade de Porto Alegre.
Os taxistas de Porto Alegre executam um excelente trabalho sob o ponto de vista
profissional. Como em qualquer profissão, sempre tem um ou outro que deixa a
desejar, mas a categoria dos táxis, a sua estruturação, realiza um bom
trabalho. Agora, o que acontece aqui, Vereadoras e Vereadores? Os táxis de
Porto Alegre ainda são regidos pela Lei das Permissões, são permissionários, e
o trabalho dos permissionários, Ver. João Antonio Dib, é uma relação jurídica
frágil para aquele que tem a permissão, porque o Poder Público Municipal pode,
sim, a qualquer momento, romper esse contrato de permissão. Na década de 1990,
mais precisamente em 1995, Ver. Sebastião, reformulou-se, e aí vieram os
contratos de concessão, e eu acho que é esse o grande debate que temos que
fazer aqui na reformulação, porque a concessão já é um contrato. A concessão de
um serviço público é um contrato entre duas partes: o Poder Público e os
permissionários, mas nós temos algumas perguntas e algumas respostas que ainda
precisam ser trabalhadas e produzidas. Nós temos, há 40 anos, na cidade de
Porto Alegre, o número de 3.925 táxis, e a grande maioria é de proprietários
unitários. Existem 40 táxis legalmente registrados, que são de empresas, que
são permitidos pela Lei, como é permitido, também, transmitir em ocasiões
especiais. Agora, a Lei não diz, em momento algum, que isso deva e possa ser
vendido - é aí que está! Se os táxis são vendidos por até R$ 400 mil é porque
eles adquiriram valor. Quem construiu esse valor? Só o Município, ou só os
taxistas? Como é que fica essa questão na continuidade do trabalho, para que
possamos garantir que o maior número possível de pessoas possa ter uma
concessão para dirigir um táxi, e não alguns poucos tendo uma grande frota e
subcontratando os trabalhadores? É esse o debate que temos que fazer.
Para concluir, Srª
Presidente, acredito que hoje, de manhã, o encaminhamento final, Ver. Sebastião
Melo, foi que nós temos que reorganizar essa legislação, aprofundá-la e
trabalhar os táxis de uma forma não isolada; eles fazem parte de um sistema de
transporte público em que temos que analisar os táxis, os táxis-lotação e os
ônibus, conjugados nesse processo para poder reestruturar. E o trabalho do
Ministério Público está correto, porque está fazendo fiscalização. Toda crise
tem que gerar um momento superior.
A nossa Bancada, do
Partido dos Trabalhadores, está aqui para dizer que nós contribuiremos com esta
reestruturação do sistema de táxis de Porto Alegre; temos que garantir que os
trabalhadores - homens e mulheres - que hoje dirigem táxis tenham prioridade,
sim, em continuar exercendo esse trabalho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores; meus senhores e minhas senhoras, não é a
primeira vez que vou ler um pensamento de Rui Barbosa, mas que se aplica,
exatamente, ao momento que estamos vivendo neste País, especialmente no nosso
Congresso Nacional. Dizia Rui Barbosa (Lê.): “Onde não entra o sol não entra a
saúde; onde não entra a luz não entra o asseio; onde não entra a claridade não
entra a ordem, a pureza, o contentamento. A vida que se desenvolve nas trevas é
a vida baixa, descorada, maligna dos miasmas, das savandijas... Quando os
governos alugam os jornalistas para enganarem a nação e o estrangeiro; quando
os governos assalariam os telégrafos para intrujarem no País e no Exterior;
quando os governos venalizam os legisladores para servirem às suas ordens e
cobrirem os seus crimes, a vida nacional fugiu do ar livre, e, subterrada na
obscuridade, não gera senão bafios, minhocas, escorpiões e lesmas”. Nós vivemos
um momento, no País, em que no Governo e no Congresso Nacional têm gente com
muita culpa, todos eles têm gente prestando contas à Justiça. Nós vivemos um
Governo em que o Sr. José Sarney predomina. Eu tinha verdadeira admiração por
Aloizio Mercadante. Li, não sei se é verdade ou não, mas a revista Veja assim
coloca, uma aproximação dele com o Sr. Orestes Quércia... Pelo amor de Deus,
sempre tem que estar afastado dessa gente! Ou Renan Calheiros e outros tantos
que devem explicações à Justiça.
Nós agora temos dois
Governos - o Governo do Presidente Lula, o Governo da Presidente Dilma -, e um terceiro,
que já se insinua, que é o governo do ex-Deputado, ex-Chefe da Casa Civil, José
Dirceu, que é ouvido por todo o Partido dos Trabalhadores, ou por quase todo.
Então, olhando com
tranquilidade, nós não podemos ser mais otimistas. O Brasil tem 333 bilhões de
dólares no Fundo Monetário Internacional. Hoje ouvi o comentário de Joelmir
Beting - e é uma barbaridade que isto ocorra: dos 333 bilhões, 90% é
proveniente da aquisição de dólares no mercado nacional, e eles passam a ser
reserva, só que esses bilhões de dólares comprados pelo Governo são pagos com
fundos que o Governo lança, e esses fundos são compensados com 13% ao ano. E os
333 bilhões do Governo Federal, que estão lá de reserva, vendem a 1,5%, talvez
2%. É um prejuízo que o povo paga. Fiquei espantado com o valor que ele disse:
que, em 12 meses, o Brasil perdeu, com isso, 200 bilhões de reais; achei muito,
mas, em todo o caso, estou reproduzindo. O Governo recebe 2%, no máximo, e paga
13%, no mínimo, então, talvez esse valor de R$ 200 bilhões seja verdadeiro, mas
o que há de verdade é que não tem clareza, não tem luz, é tudo muito obscuro,
tudo feito sem mais preocupações até de justificar para o povo. E o povo
continua sofrendo cada vez mais, porque os responsáveis pela nossa vida, pela
nossa saúde, pela nossa segurança estão cuidando de si mesmos, estão
enriquecendo enormemente. O Seu Orestes Quércia entrou na política com um
automóvel modelo antigo; e hoje é multimilionário e é escutado pelos demais. Pelo amor de Deus, não pode continuar
assim! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Ismael
Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISMAEL HEINEN: Srª Presidente, Sofia Cavedon; nobres Pares desta Casa, eu não poderia
deixar de aproveitar este espaço que, para mim, é exíguo, devido à minha
condição de 1º Suplente. Não quero entrar numa redundância, mas o tema é tão
palpitante, tão atual e de tanta importância, que eu volto a me referir a essa
barbaridade que a Câmara dos Deputados acaba de votar. Junto com o Projeto das
licitações para a Copa do Mundo, foi votada uma Emenda de última hora que
permite, conforme as conveniências do Executivo, sigilo para as licitações e as
concorrências públicas das obras da Copa do Mundo. Gente, essa é a pior notícia
que eu tive em toda a minha vida, desde que me interessei pela política deste
País. É trabalhar à noite e dormir durante o dia, é preservar o mal contra o
bem! Às claras, nós já não conseguimos controlar essas falcatruas, não
conseguimos controlar esse verdadeiro assalto ao bolso do povo, do trabalhador.
Todo dia, abrem-se os jornais, ouvem-se as notícias, é notícia em cima de
notícia, todas convergindo para uma corrupção clara, abismante. E mais uma: a
do Ministério da Ciência e Tecnologia, que não foi referida hoje, aqui, é sobre
um político que acerta a sua demissão do cargo, para, no outro dia, assumir um
cargo de Conselheiro de Itaipu e do BNDES. As suas palavras estão no jornal.
(Mostra jornal.) Imaginem os nossos filhos, o povo lendo isso aqui, e nós,
políticos, tendo que entrar no meio disso tudo. “Eu quis - diz esse cidadão,
está na Zero Hora, um prócer de um Partido político, aliado do atual Governo -,
pedi e acertei com a Presidente Dilma antes do processo eleitoral, a minha demissão.”
Esse cargo dele era regido pela CLT, e ele recebeu uma indenização de R$ 280
mil para, no outro dia, assumir um emprego melhor: o de Conselheiro de Itaipu e
do BNDES, por R$ 25 mil ao mês. E a sua Chefe de Gabinete recebendo mais R$ 55
mil. Quer dizer, todo o dinheiro público sendo jogado ao além.
Se a gente fizer uma
retrospectiva, veremos Governos anteriores com menos impostos, fazendo uma
infraestrutura que ainda se sobressai nos dias de hoje devido ao fraco
investimento dos últimos Governos. O dinheiro arrecadado nessa avalanche de
aumento de impostos está sendo usado claramente, ninguém pode dizer que não, na
corrupção, nas falcatruas, nos desvios ou para os amigos do rei, seja o rei
quem for, seja o governo que for. Mas, agora, dizer que as licitações têm que
ter sigilo, as concorrências públicas para a Copa do Mundo... Logo para a Copa
do Mundo! Eu acho que nós não podemos permitir isso, Ver. Toni.
Independentemente de qualquer bandeira política, isso é um assalto à
consciência nacional, àquele que ainda pensa em criar seus filhos
ensinando-lhes o caminho da honestidade, da responsabilidade, da ética. E nós
somos coparticipantes; nós Vereadores, somos coparticipantes, porque é a nossa
geração! Nós estamos permitindo, de uma certa forma, que isso aconteça, e isso
é triste para nós todos. De repente, a coisa vai indo ao fundo, e nós temos que
emergir. Essa talvez fosse uma ocasião nacional de irmos buscar novamente a
alma ética e republicana deste País, de acabarmos com este projeto de esconder
as licitações públicas, que, mesmo sendo mostradas, já são altamente
perniciosas e corruptas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada. Com
a manifestação do Ver. Ismael, encerramos os trabalhos desta Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h27min.)
* * * * *